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46 | I Série - Número: 017 | 7 de Novembro de 2008

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — 200 milhões de euros?!»

O Sr. Eugénio Rosa (PCP): — Exactamente! 200 milhões de euros! Muitas vezes esse valor seria o necessário para actualizar os escalões do IRS! Pergunto: em que ano é que isso será contabilizado? Outra questão que lhe quero colocar tem a ver com as despesas com pessoal. Estive a analisar os dados que constam do Orçamento e constatei que, em 2009, o Ministério das Finanças vai transferir para a Caixa Geral de Aposentações menos 242 milhões de euros. Simultaneamente, é criada uma nova contribuição, de 7,5%, a incidir sobre as remunerações, a ser paga, agora, pelos serviços.
Da dotação orçamental de que o Sr. Ministro tanto fala e que tanto utiliza para resolver problemas extraordinários, nomeadamente as linhas de financiamento e de apoio à banca, foram retirados, para despesas com pessoal, 399 milhões de euros. É bom que ouça, Sr. Ministro, porque, depois, quero que me dê uma resposta concreta.
O aumento de vencimentos prometido pelo Governo para a Administração Pública vai custar, em princípio, segundo estimo, cerca de 230 milhões de euros. Restam 169 milhões de euros. A questão concreta que coloco é esta: como é que os serviços, com um saldo de apenas 169 milhões de euros, pagarão o acréscimo de encargos de 242 milhões de euros para a Caixa Geral de Aposentações, de acordo com os dados que estão no Orçamento, sem congelar mudanças de posição remuneratória e sem que milhares de trabalhadores sejam despedidos ou mandados para a situação de mobilidade especial?

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Portas.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Outra vez?!

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — É a terceira vez!

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro de Estado e das Finanças, somos insistentes, especialmente em matérias fiscais.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exactamente!

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — O Sr. Ministro usou duas palavras: vergonha e condescendência. São suas! Vergonha pelo incumprimento — expressão sua —, e estamos a falar de uma sentença do Supremo Tribunal Administrativo que diz que quem não cumpre a dívida ao Estado, em IVA, a tempo e horas, deve pagá-la, deve pagar juros de mora, mas não deve ser multado se a responsabilidade por não pagar não for dele mas de terceiros. Ao chamar a isto vergonha e condescendência com o incumprimento, o que o Sr.
Ministro aqui fez, no mínimo, foi uma pressão sobre o poder judicial.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exactamente!

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Sr. Ministro das Finanças, vergonha — e quero dizer-lhe isto com toda a clareza — é o Estado, que se atrasa nos pagamentos, querer receber juros de mora, que não paga quando se atrasa, e uma multa de quem se atrasa a pagar por culpa de terceiros.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

Protestos do Deputado do PS Horácio Antunes.

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Então, Sr. Ministro, quanto às dívidas às empresas, faça uma coisa: pague a dívida, pague juros e, se não se importa, pague também uma multa.