41 | I Série - Número: 017 | 7 de Novembro de 2008
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exactamente!
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — » ou, então, o senhor reagiu da pior das formas — e permita-me esta crítica: «Ai, o tribunal dá razão ao contribuinte?! Então, vamos já mudar a lei para que seja o Estado a ganhar!».
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares (Augusto Santos Silva): — Uma aclaração!
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Isso é que não é aceitável, Sr. Ministro! O que lhe pergunto, mais uma vez (e acho que isto é necessário), é o seguinte: o senhor considera normal — estruturalmente, já percebi que não considera injusto, mas é a sua opinião! —, considera justo que, conjunturalmente, num momento de aflição, as empresas, para além do imposto em dívida, para além dos juros de mora, ainda sejam carregadas com uma multa que pode chegar não é à totalidade mas ao dobro do imposto?!» Ó Sr. Ministro, isso pode causar falências, pode causar desemprego, pode causar enormes dificuldades de tesouraria!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Só lhe peço uma coisa: tenha, sobre isto, a mesma flexibilidade que acabou por revelar relativamente à questão das dívidas do Estado. Mais tarde ou mais cedo, vai dar razão a esta bancada, Sr. Ministro!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Portanto, peço-lhe que pondere, até ao momento da discussão em sede de especialidade, se esta norma pode e deve cair.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra o Sr. Deputado João Semedo.
O Sr. João Semedo (BE): — Sr. Presidente, Sr. Ministro das Finanças, deve estar recordado de uma expressão muito utilizada por um antigo colega seu de governo, o anterior ministro da Saúde — aliás, era um objectivo da política do Ministério e do governo —, a saber, «limpar as gorduras» do Serviço Nacional de Saúde.
O Sr. Francisco Louçã (BE): — Exactamente!
O Sr. João Semedo (BE): — De tanto «limpar as gorduras» do Serviço Nacional de Saúde, o Governo deixou o Serviço Nacional de Saúde «no osso».
Risos do BE.
Isto porque falta dinheiro, não para «engordar» o Serviço Nacional de Saúde, como em muitas circunstâncias seria necessário, mas exactamente para não permitir a aquisição de alguns bens e equipamentos absolutamente necessários e para cobrir outras despesas absolutamente necessárias ao bom funcionamento do Serviço Nacional de Saúde.
O Sr. Francisco Louçã (BE): — Pois é!