128 | I Série - Número: 020 | 29 de Novembro de 2008
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Alberto Martins (PS): — Mas é este o PSD que temos: um PSD que proclama rigor, mas oferece populismo e demagogia; um PSD que apregoa seriedade e competência, mas que nos deu truques e trapalhadas orçamentais quando teve essa responsabilidade;»
Aplausos do PS.
» um PSD que enche a boca com sensibilidade social, mas que, ao fim e ao cabo, quer privatizar os serviços públicos e a segurança social.
O Sr. Paulo Rangel (PSD): — Quer privatizar tudo!»
O Sr. Alberto Martins (PS): — Ficou claro qual é o pensamento estratégico do PSD: suspender, parar, baixar os braços.
Ora vejamos: suspender os investimentos públicos; suspender a avaliação de professores; suspender a liberdade da comunicação social para seleccionar o que deve ser transmitido; suspender o salário mínimo acordado na concertação social; suspender a democracia por seis meses. Suspender, suspender, suspender: é esta a marcha funesta do PSD!
Aplausos do PSD.
Sr.as e Srs. Deputados: Se ganhar este debate fosse apenas a demonstração de uma estratégia orçamental alternativa com um mínimo de consistência, dir-se-ia que o debate sobre o Orçamento do Estado para 2009 foi ganho pelo Governo e pela bancada socialista logo no primeiro dia,»
Vozes do PSD: — Ohhh!»
O Sr. Alberto Martins (PS): — » e foi-o por falta de comparência.
A única estratégia articulada, clara e inequívoca das oposições foi o anúncio do seu voto contra, sem novidade, sem o sopro da inspiração, sem uma alternativa.
O Sr. Francisco Louçã (BE): — É extraordinário!»
O Sr. Alberto Martins (PS): — Há Governo — as oposições estão contra. É a velha linha situacionista de estar contra tudo o que é a favor e a favor de tudo o que é contra.
Aplausos do PS.
Face a políticas progressistas e solidárias, os partidos da direita opõem-se por conservadorismo social. O mesmo conservadorismo social com que o PSD votou contra a procriação medicamente assistida e a nova lei do divórcio; o mesmo conservadorismo social com que o CDS votou contra a despenalização da interrupção voluntária da gravidez e a nova lei da imigração.
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Mas isto faz parte do Orçamento?
O Sr. Alberto Martins (PS): — E porque as políticas do Partido Socialista defendem e garantem o Estado social, os partidos da direita opõem-se ainda por indisfarçável pulsão neoliberal. De resto, foi este mesmo neoliberalismo que os levou a votar contra a reforma de Segurança Social e a propor a sua privatização, como disse.