20 | I Série - Número: 082 | 21 de Maio de 2009
A Sr.ª Ana Drago (BE): — É que o Partido Socialista, como uma força política e social que existe em Portugal, tem de fazer uma escolha, tem de olhar para a classe profissional dos professores e decidir se são ou não uma mais-valia na qualificação do sistema educativo ou se são um obstáculo. É esta a decisão que tem de tomar, e que tem de tomar já! Aquilo que percebemos de quatro anos de governação desta equipa do Ministério da Educação é que foram quatro anos de desperdício. Escolheu todas as guerras erradas! Fez uma guerra absolutamente estéril e com consequências gravosas nas nossas escolas contra os professores, dizendo que as dificuldades que temos no sistema educativo, e que todos reconhecemos, têm um culpado: os professores! E, por isso, fez uma guerra, dividindo a carreira em duas categorias sem qualquer sentido, sem qualquer lógica, sem qualquer resultado na qualificação das escolas ou dos docentes, insistindo num modelo de avaliação que é uma farsa, que não serve absolutamente para nada a não ser para poupar nos salários dos professores, com a sua progressão na carreira, e criando um modelo de gestão que já começa a dar os seus frutos, pois já há presidentes de câmara que pedem satisfações a directores de escola, porque não há pessoas nas inaugurações que se estão a fazer, a caminho da campanha eleitoral, e os directores de escola aí estão, ágeis, absolutamente ágeis, a fazer demissões dos coordenadores, utilizando os seus novos poderes de liderança para os subjugar àqueles que são os interesses dos presidentes de câmaras na sua campanha legislativa.
Nós avisámos várias vezes, aqui mesmo, neste Plenário, quando tivemos debates sobre esta matéria.
A verdade é que o Partido Socialista escolheu todas as guerras erradas e, para as próximas eleições legislativas, tem de fazer uma escolha: ou a batalha principal é apostar na qualificação do sistema e combater o abandono e o insucesso escolares ou, então, pagará bem cara estas guerras que tem montado, em nome de um nada!
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Também para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Diogo Feio.
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares, Sr.as e Srs. Deputados: O CDS é um partido que sempre que se discute educação diz «Presente!». Não fugimos, nunca, a esta discussão!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Tambçm não tem um passado lá muito bom!»
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — O CDS, em relação à matéria da avaliação dos professores e às propostas que fez sobre a mesma, tem um passado de que se orgulha.
O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Salientámos o erro colossal que se estava e está a cometer e, várias vezes, chamámos à atenção para ele ao Governo. O Sr. Ministro Santos Silva sabe muito bem que o CDS apresentou propostas concretas sobre esta matéria, que o CDS disse, tal como era necessário, que a questão das classificações dadas aos alunos não deve estar na avaliação dos professores, que é absurdo caminhar para uma situação de classificações obrigatórias e de aulas que têm, obrigatoriamente, de ser assistidas. E quase tivemos ganho de causa! Uma resolução do CDS, discutida no Plenário da Assembleia da República, esteve quase a derrotar o Partido Socialista!
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Bem lembrado!
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Tal, na altura, só não foi possível pela famosa questão das faltas de Deputados, em especial na bancada do maior partido da oposição.