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45 | I Série - Número: 099 | 3 de Julho de 2009

O Sr. Presidente: — Para dar explicações, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Francisco Louçã, quem revela baixeza é quem, conhecendo os nõmeros, os utiliza enviesadamente,»

O Sr. Jorge Strecht (PS): — Exactamente!

O Sr. Primeiro-Ministro: — » apenas para atacar um adversário político. Isto ç que é baixeza, Sr. Deputado!

Aplausos do PS.

Isto é que é falta de nível, Sr. Deputado! Isto é que não contribui para dignificar a nossa democracia! O Sr. Deputado desculpará mas quem baixou aqui o nível, ao longo destes últimos quatro anos, foi sempre o senhor,»

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Vai sempre mais baixo!

O Sr. Primeiro-Ministro: — » com os ataques pessoais, com os casos. Repare que o Sr. Deputado atç invocou fraudes bancárias, insinuando que a culpa era do Governo.

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Não as viu!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Percebi-o bem, Sr. Deputado! O Sr. Deputado utiliza esses truques há 30 anos! É um pequeno truque trotskista: há um problema num banco? A culpa é do Governo! Como se nós fôssemos responsáveis por isso!

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Não quer ver o País...!

O Sr. Primeiro-Ministro: — » Ó Sr. Deputado, isto ç apenas um pequeno truque para dar a entender ás pessoas que o Governo faz favores. Não, Sr. Deputado, este é um Governo honesto e que não lhe aceita isso, como não lhe aceita que deturpe os números! O que eu disse foi que o Sr. Deputado faltou à verdade quando afirmou que nós consolidámos a pobreza, que nós aumentámos a pobreza. Isto não é verdade!

Protestos do BE.

Ouçam, porque os senhores negam a realidade! Os números oficiais são os seguintes: de 2005 para 2007, a pobreza baixou 2 pontos percentuais. E esta baixa de 2 pontos percentuais significa que muitos portugueses deixaram de estar em risco de pobreza. Esta é que é a verdade! Sobre 2008 e 2009 ainda não há dados oficiais mas a verdade é que fizemos um esforço muito sério para combater a pobreza. E o Sr. Deputado, nesta matéria, usa de tal forma uma argumentação ardilosa que não é capaz de reconhecer como a maior operação de combate à pobreza a instauração em Portugal do complemento solidário para idosos. Nós retirámos mais de 200 000 idosos da pobreza com esse complemento, mas o Sr. Deputado passa por cima disso como se não tivesse acontecido.
Mas há mais do que isso, Sr. Deputado: o Sr. Deputado, seguindo, mais uma vez, o exemplo da direita, pretendeu o recurso... Ou seja, a coisa não lhe correu bem na primeira parte e, como tal, tinha de haver uma segunda parte.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Pois, o senhor insultou!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Não! Quem insultou foi o Sr. Deputado!