25 | I Série - Número: 101 | 9 de Julho de 2009
concursos, 45 887 polícias. E mais grave e «mentiroso» do que isto é não ver que, por exemplo, a Divisão da Amadora, onde ocorreram estes casos, para uma população de 176 000 habitantes, tem 70 efectivos por turno e, desses 70 efectivos, 20 estão embrenhados no trabalho burocrático, que lhes rouba 4000 horas por mês e 50 000 horas por ano. Não dizer isto, Sr. Deputado, é que é ser «mentiroso»!
O Sr. Vasco Franco (PS): — No vosso tempo não havia trabalho burocrático?!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Como é ser «mentiroso» prometer um investimento de 60 milhões de euros, na Lei de Programação de Instalações e Equipamentos das Forças de Segurança, e dizer, depois, que, por dificuldades várias, só se executam 36 milhões de euros. Isto, sim, não é uma política de verdade, é uma política de mentira e incompetência!
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Termino, com outra expressão sua: sabe o que é «incompetência»? Incompetência é anunciar, com pompa e circunstância, que fizeram carreiras de tiro, e ainda bem, mas, ao mesmo tempo, fizeram com que os polícias que usam arma tenham de pagar seguro de responsabilidade civil.
O Sr. Vasco Franco (PS): — Isso é mentira!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Isso não é incompetência, é um desrespeito e uma vergonha para qualquer Estado de direito democrático!
O Sr. Vasco Franco (PS): — É mentira!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Diz que é mentira, mas, se quiser, mostro-lhe um documento que aqui tenho. Trata-se de um documento do Comando Metropolitano de Lisboa, que refere o seguinte: «esta alteração vem instituir a obrigatoriedade de seguro de responsabilidade civil a todos os portadores de armas de fogo, incluindo forças de segurança». Isto é do Comando Metropolitano de Lisboa, Sr. Deputado! Isto não é hipocrisia, não é mentira, não é incompetência, é uma vergonha!
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Nuno Teixeira de Melo): — Srs. Deputados, terminado o debate de actualidade, vamos entrar no período destinado a declarações políticas.
Tem a palavra, em primeiro lugar, o Sr. Deputado João Oliveira.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Na penúltima declaração política da Legislatura, o Partido Comunista Português traz a esta Assembleia a discussão de duas marcas deste Governo.
Mais precariedade e mais desemprego são, de facto, duas marcas profundamente negativas da política deste Governo e da maioria PS, que o sustenta, e a política de recursos humanos na educação aí está para o provar.
Os resultados do concurso de professores dos ensinos básico e secundário, as propostas de revisão dos estatutos das carreiras docentes do ensino superior e a situação dos trabalhadores não docentes das escolas são exemplos concretos destas marcas de mais precariedade e mais desemprego, que o Governo do PS impôs ao País.
Os resultados da primeira fase do concurso de colocação de professores mostram, uma vez mais, uma realidade muito diferente da imagem transmitida pela propaganda do Governo.
É que 99% dos professores que concorreram aos quadros não conseguiram obter colocação. Das 65 464 candidaturas apresentadas por 5000 candidatos, apenas entraram nos quadros 417 docentes, representando menos de 1%.