31 | I Série - Número: 015 | 16 de Outubro de 2010
Aplausos do PS.
Olhe, Sr. Deputado, há pouco não classifiquei a sua atitude, mas a sua atitude só tem um nome: hipocrisia política!
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Não!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Os senhores propõem eliminar os benefícios fiscais e nós dizemos que não, que queremos dar mais justiça. E por termos feito mais justiça, apenas porque isso vos convém, os senhores atacam o Partido Socialista e o Governo.
No fundo, o Sr. Deputado não consegue sair desse quadro mental de sectarismo e de ressentimento com o PS.
Risos do BE.
Percebo bem, mas o senhor está a contribuir para um ressentimento histórico. É verdade! E está a contribuir no seu afã, na sua cegueira de atacar o Governo por tudo e por nada, mesmo quando o Governo faz algo que é absolutamente justo.
O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — A isso chama-se «cegueira».
Francamente, um professor de Economia!» Um professor de Economia que vem ao Parlamento dizer o seguinte: «Não é possível que o Estado, como todos os Estados do mundo, separe entre agregados familiares com um titular e agregados familiares com mais que um titular. Não ç possível!«»
Vozes do BE: — Não é nada disso!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Porque na douta opinião do Sr. Deputado Francisco Louçã, professor de Economia, não há nenhuma redução da despesa ou, melhor, não é mais fácil e não há uma economia por viverem em conjunto.
O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — O Estado tem todo o direito de fazer essa ponderação familiar, isto é, a não tratar de forma igual três agregados com três pessoas individualmente e um agregado com três pessoas em conjunto. Isso não é de um professor de Economia, isso é de demagogo, Sr. Deputado! É de uma baixa e básica demagogia!
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Francisco Louçã.
O Sr. Francisco Louçã (BE): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, vou, com todo o gosto, explicar-lhe coisas que são óbvias e que os portugueses bem conhecem, mas o Sr. Primeiro-Ministro não.
Nas creches não há oferta pública suficiente, Sr. Primeiro-Ministro! É uma despesa de educação necessária. Há despesas de saúde. Dei-lhe um exemplo em que o senhor tem de «pôr a mão na consciência».
É porque os senhores não deixam nem querem que haja dentistas no Serviço Nacional de Saúde.
Vozes do BE: — Exactamente!