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10 | I Série - Número: 036 | 8 de Janeiro de 2011

Por isso, temos hoje, como resultados evidentes: em primeiro lugar, melhorámos os valores, em termos numéricos, das exportações, mas temos exportações com outras características. Temos, hoje, um valor de intensidade tecnológica nas exportações muito superior ao que tínhamos há 10 ou 15 anos. E isso só é possível porque houve essa capacidade de projectar esse esforço de investigação científica e inovação tecnológica ao nível empresarial.
Em segundo lugar, também melhorámos o perfil das exportações. Há, hoje, um peso dos serviços no domínio global das exportações muito superior ao que existia há 15 anos. E essa também é uma medida importante para avaliarmos a forma como evoluiu o nosso tecido empresarial e como ele é hoje mais sofisticado e, por isso mesmo, mais competitivo. Este é um segundo aspecto que deve ser salientado.
Em terceiro lugar, mercê também da chamada «diplomacia económica», que o Governo tem levado a cabo, podemos hoje verificar que há uma maior diversificação ao nível dos destinos das nossas exportações: aumentaram as exportações para os mercados extra-comunitários. Foi uma decisão acertada a opção por essa política de diplomacia económica activa e exigente. E foi uma opção acertada porque vai ao encontro da alteração da economia mundial, em que verificamos um crescimento mais lento no espaço comunitário e um crescimento maior no espaço extra-comunitário.
Fomos à procura de novos mercados e conseguimos penetrar neles. Por isso mesmo, temos hoje valores de crescimento das exportações para o México de 83,7%, para o Brasil de 48,5%, para a Turquia de 42,4%, para Marrocos de 30,3% e para China, hoje um mercado absolutamente decisivo para qualquer país ocidental, da ordem dos 21,5%.
Chegámos a estes resultados em matéria de exportações, porque conciliamos várias políticas: uma política exigente e séria na investigação científica, no ensino e na formação, uma política de apoio à internacionalização do nosso tecido empresarial e uma política ao nível da diplomacia económica activa, consequente e eficaz no sentido da diversificação dos nossos mercados.
Por isso, Sr. Primeiro-Ministro, temos consciência das dificuldades e temos noção de que o maior problema que o País enfrenta é o do seu endividamento externo.
Temos consciência disso e creio que, na generalidade, toda esta Câmara tem.
Ora, o problema do endividamento externo a prazo só se resolve se diminuirmos de alguma forma as importações, substituindo produtos importados por produtos fabricados em Portugal e se aumentarmos permanentemente as nossas exportações. E é justamente isso que temos vindo a fazer.
Por isso, este é um motivo de optimismo e de confiança em relação ao nosso futuro, o que não significa que os nossos problemas estejam resolvidos. Continuamos a confrontar-nos com mercados financeiros internacionais muito exigentes e, do nosso ponto de vista, até muito injustos, em relação ao nosso comportamento, quer enquanto Estado quer enquanto economia na sua globalidade.
Temos consciência de que todos os sacrifícios que estão a ser pedidos, e que estão a ser distribuídos de forma equitativa, contrariamente ao que por vezes se quer fazer crer, têm de continuar a ser feitos.
Temos um esforço enorme a realizar no plano nacional, mas isso também não nos pode levar a abdicar de toda a ambição e a olhar para o futuro apenas com o olhar do pessimismo, do pessimismo que conduz à anestesia absoluta da nossa vontade de fazer coisas, de romper os nossos atrasos, de ultrapassar as nossas situações de subdesenvolvimento.
Estamos a ser capazes de o fazer. E este valor das exportações tem de ser valorizado, porque isso significa que, mercê de políticas públicas acertadas, de arrojo empresarial e de uma inteligência que existe hoje no nosso país como nunca existiu antes em nenhuma fase da nossa história, e que resulta de apostas correctas feitas nos últimos anos, estamos hoje em condições de olhar para o futuro com esperança, com confiança e com o optimismo possível nas actuais circunstâncias.

Aplausos do PS.

É precisamente neste início deste ano, um ano que se antecipa naturalmente difícil, um ano que se antecipa complexo sob todos os pontos de vista, desde o ponto de vista puramente político até ao ponto de vista económico e social, que também quero, em nome do Grupo Parlamentar do PS, salientar este aspecto positivo, que resulta de um trabalho sério e que é também uma razão de ser acrescida para prosseguirmos com esse trabalho, em nome do interesse de Portugal e sempre ao serviço dos portugueses.