24 DE FEVEREIRO DE 2012
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Depois, há os outros casos que referi, daqueles trabalhadores, designadamente da construção civil, mas
também de outras áreas, que vão fazer reparações em edificações e que nem sonham que, quando estão a
tocar em canalizações ou em determinadas condutas, estão a tocar em amianto.
Portanto, isto é extraordinariamente perigoso, porque há aqui um problema de saúde pública e andamos
todos… Aliás, todos, não, porque alguns Deputados e alguns grupos parlamentares retiram-se desta
responsabilidade, pois não temos feito outra coisa a não ser pedir responsabilidades e ação ao Governo.
Outros, como o PSD e o CDS…
O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr.ª Deputada, peço desculpa por interrompê-la, mas está muito ruído
na Sala.
Srs. Deputados, faço um apelo para que haja menos ruído de modo a que a Sr.ª Deputada possa ser
ouvida em condições.
Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, queira prosseguir.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Presidente, agradeço e, pegando justamente nessa questão
do ruído, o que eu mais desejava, neste momento, era que o PSD e o CDS fizessem tanto ruído relativamente
à exigência de cumprimento da Lei n.º 2/2011, que obriga o Governo a fazer esta listagem das edificações
com o ambiente, como fizeram quando o governo era do PS, relativamente à resolução de 2003. Mas agora
não! Agora não fazem esse ruído, fazem outro ruído, que era o que estavam a fazer agora, em que as
pessoas estão a falar sobre coisas importantes e viram-se para o lado a cochichar sobre outras matérias.
Infelizmente, esta Casa e estas maiorias funcionam assim, Sr. Presidente!…
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado Ricardo
Rodrigues.
O Sr. Ricardo Rodrigues (PS): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: É hoje motivo de preocupação o
anunciado encerramento de 47 tribunais. Preocupação legítima para as populações das respetivas comarcas,
porque uma justiça longe dos cidadãos é menos eficaz e mais morosa.
A afirmação da soberania manifesta-se pela presença das instituições do Estado e os cidadãos interiorizam
essa presença como fator de coesão nacional e até de segurança. Extinguir tribunais é enfraquecer essa
afirmação da soberania e o direito de todos os cidadãos à justiça.
O Sr. José Junqueiro (PS): — Muito bem!
O Sr. Ricardo Rodrigues (PS): — Tempos houve em que o PSD rompeu o Pacto para a Justiça por
apenas suspeitar que estavam em curso intenções de fechar tribunais. Hoje é o PSD que vai fechar os
tribunais sem que isto cause o menor incómodo aos seus decisores.
Aplausos do PS.
O PS continua a entender que não é necessário fechar tribunais e que a instalação de novas comarcas
permite uma melhor gestão dos recursos humanos afetos à justiça e uma necessária mobilidade de alguns dos
seus agentes.
Por outro lado, estava assente e sociologicamente estudado o abandono do velho conceito de distrito para
o novo conceito de divisão administrativa das NUTS (Nomenclaturas de Unidades Territoriais para Fins
Estatísticos).
A atual opção de organização territorial da justiça por distritos não deixa de causar uma certa estranheza
perante a posição que o atual Governo adotou em relação à importância dos distritos na vida política e na
organização territorial e administrativa portuguesa.
Aplausos do PS.