9 DE MARÇO DE 2012
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O Sr. MiguelTiago (PCP): — Sr.ª Deputada, questiono-a ainda sobre este acordo. A Sr.ª Deputada diz que
o mesmo é subscrito pela maior parte das estruturas sindicais. Pergunto-lhe se sabe que a maior estrutura
sindical, a que, porventura, representa mais professores do que todas as outras juntas, não o subscreveu.
Pergunto-lhe se sabe…
A Sr.ª Maria Ester Vargas (PSD): — Sei, sei!
O Sr. MiguelTiago (PCP): — É só para saber se tem essa ideia.
Quero também perguntar-lhe se não acha que este diploma sobre os concursos, agora proposto, não é
nem mais nem menos do que a consideração em lei do caráter descartável, da perspetiva com que este
Governo encara os professores contratados.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. MiguelTiago (PCP): — Chegou a altura de dizer a estes professores que são efetivamente
descartáveis no sistema — e foi o Governo quem lhes deu essa mensagem.
A Sr.ª Presidente: — Terminou o seu tempo, Sr. Deputado.
O Sr. MiguelTiago (PCP): — Vou terminar, Sr.ª Presidente.
O que o Governo quer fazer, com este diploma sobre os concursos, é a generalização do desemprego e do
horário zero, a fragilização brutal do professor contratado e, ainda mais, Sr.ª Deputada, a fragilização do
professor do quadro, que será confrontado com horários zero talvez até antes dos professores em início de
carreira, e a fragilização de professores de topo de carreira, que ficarão ainda mais fragilizados com este
diploma.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Inês Teotónio Pereira.
A Sr.ª Inês Teotónio Pereira (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Maria Ester Vargas, antes de
mais, quero agradecer-lhe o ter trazido este assunto a debate, especialmente a polémica que existe em
relação à Parque Escolar, sobre a qual o PS teve agora uma oportunidade de esclarecer algumas coisas e não
o fez.
No CDS há muitos anos que temos vindo a chamar a atenção para este tema, porque era bastante notório
que havia desvios e que existiam coisas por explicar em relação à gestão da Parque Escolar e aos
investimentos que foram feitos nesta área. Considerámos que a requalificação e a reabilitação das escolas,
especialmente das escolas secundárias, eram absolutamente fundamentais, mas também considerámos que,
como foi referido, deveriam ter sido estabelecidos pelo menos tetos máximos ao investimento feito.
Gostava de lhe perguntar, Sr.ª Deputada, se este Governo, tendo em conta os indícios, que eram
conhecidos de todos, de que existia gestão danosa (podemos dizer assim) em relação à Parque Escolar, não
devia ter tomado medidas atempadamente para não deixar que a situação chegasse ao descalabro a que
chegou.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
A Sr.ª Inês Teotónio Pereira (CDS-PP): — Por outro lado, gostaria de saber se não considera que é
necessária uma reorganização da empresa Parque Escolar e uma revisão de toda a política que envolve a
reabilitação destas escolas.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Exatamente!