28 DE JUNHO DE 2012
7
O Sr. António José Seguro (PS): — E o senhor falhou no ritmo, porque desde o final de outubro que eu
lhe venho dizendo que é necessário, pelo menos, mais um ano para fazermos uma boa consolidação das
contas públicas.
Aplausos do PS.
Nunca esteve em causa nós não cumprirmos! Nós queremos cumprir, Sr. Primeiro-Ministro! Mas queremos
cumprir de modo saudável, de forma a que não se peçam exageradamente tantos sacrifícios aos portugueses.
Desafio-o, bem como aos Deputados da sua maioria, a votar connosco o n.º 14 da nossa resolução, que
aponta precisamente para uma consolidação inteligente, com menos exigência de sacrifícios aos portugueses.
Numa expressão: mais um ano, ao menos, para consolidarmos as nossas contas públicas.
Aplausos do PS.
Quero saber qual é a sua resposta a esta nossa proposta concreta que evitará mais sacrifícios aos
portugueses.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, tem a palavra para responder.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado António José Seguro, lamento profundamente
que entenda gastar metade do tempo de que dispõe, o que é, com certeza, um privilégio seu, para não discutir
as matérias europeias.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Este é um debate sobre a construção europeia e sobre o Conselho Europeu. Debato com o Sr. Deputado e
com todos os Srs. Deputados todas as matérias que, em debate quinzenal, sejam escolhidas pelos Srs.
Deputados quando os partidos as devem escolher e aquelas que o Governo entende pôr à discussão quando
lhe calha, a si, a escolha. Não é, hoje, a circunstância.
Estive, em qualquer caso, a reparar que o Sr. Deputado referiu, de forma bastante acessória, que o seu
partido tinha apresentado um projeto de resolução sobre as questões europeias, que, em qualquer caso, não
lhe mereceu uma única referência, a não ser essa indireta…!
O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — Fale de execução orçamental!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Deputado, a verdade é que o Partido Socialista teve uma oportunidade
relevante para poder contribuir, como os partidos que sustentam este Governo o fizeram, antes do anterior
Conselho informal, no sentido de procurar expressar pela Assembleia da República um consenso alargado, o
mais alargado possível, sobre o processo europeu e o Sr. Deputado desperdiçou-o, o que lamento, na medida
em que ficou claro, durante todo este processo, que ou o Governo e os partidos da maioria concordam com
tudo o que o Partido Socialista propõe ou não concordam e não há consenso, o que é uma visão muito
interessante do diálogo e do consenso na sociedade portuguesa — «não há consenso, quando não
concordam com todas as nossas posições!».
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Então, Sr. Deputado, apesar de não ter tido oportunidade para se referir a essa matéria, deixe-me dizer-lhe:
julgo que há, realmente, condições para termos um consenso muito alargado na sociedade portuguesa, e
também com o Partido Socialista. E é sabido que, em muitos dos aspetos que constam, de resto, de uma
iniciativa apresentada, também pelo PSD e pelo CDS, aqui, na Câmara, havia condições de consenso com o
Resultados do mesmo Diário
do PSD. Diz o Sr. Deputado, a propósito do BCE: «queremos um papel mais ativo para o BCE
Pág.Página 10
, sem que o BCE faça esse empréstimo direto aos estados. Isto tem alguma lógica? Quem é que se anda, afinal
Pág.Página 22
por isso! O Sr. Primeiro-Ministro: — A Sr.ª Deputada perguntou também porque é que o BCE empresta aos bancos
Pág.Página 24
, e, portanto, também à Comissão Europeia, e, em simultâneo, ao BCE para prepararem uma visão de futuro
Pág.Página 30