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6 DE OUTUBRO DE 2012

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O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Está com medo!

O Sr. Honório Novo (PCP): — O Sr. Primeiro-Ministro parece que está com dificuldades!

O Sr. António Filipe (PCP): — Ainda vai sair pela porta das traseiras!|

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, na sua intervenção, fica sempre

algo de profundamente contraditório, diria mesmo de esquisito, porque sistematicamente vem anunciando

sucessos desta governação, como se o Governo fosse bem. O problema é que o País vai mal e o povo

português pior.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — E esta é uma contradição que o Sr. Primeiro-Ministro tem de resolver.

É que aquilo que diz não corresponde à realidade nacional, não responde aos sentimentos que hoje

prevalecem na sociedade portuguesa. E di-lo de forma ligeira, superficial, até indiferente, diria, sabendo que

há hoje milhões de portugueses profundamente inquietos ou atingidos pelo desemprego, pela pobreza, pela

exclusão. Mesmo aqueles setores e camadas intermédias que constituem muito da sua base social de apoio

— como dizia Brecht,…

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Brecht ou Brejnev?!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — … «levaram os trabalhadores à pobreza, mas eu não me importei

porque não era nada comigo» —, percebem que, neste momento, nem eles escapam a esta voragem do

Governo.

Vozes do PCP: — Muito bem!

O Sr. Jerónimo Sousa (PCP): — Sr. Primeiro-Ministro, sabe qual é o plafond da sua política de

austeridade, de sacrifícios, de expropriação e de roubo? São, de facto, as camadas e as classes médias,

deixando intocáveis os grandes interesses, os grupos económicos que concentram e centralizam cada vez

mais riqueza.

Vozes do PCP: — Muito bem!

O Sr. Jerónimo Sousa (PCP): — Queria dizer-lhe, Sr. Primeiro-Ministro, que por mais que se esforce não

consegue negar uma realidade incontornável: é que cada vez que o Governo vem anunciar novas medidas é

para piorar a vida dos portugueses, é para sacar mais aos trabalhadores, aos pensionistas e aos reformados.

Desta vez, não foi diferente.

Tentando fazer os portugueses de parvos, enfim, recuando naquela ideia que transmitiu com muita força,

que era «cada vez que anunciar uma medida de austeridade, serei eu a fazê-lo!», preferiu uma voz macia,

como veludo, a apresentar a punhalada e a pancada aos portugueses, desta vez com novas medidas. Faltou-

lhe a coragem! Disse uma coisa e fez outra. Mas não pense que o tom do Sr. Ministro das Finanças conseguiu

evitar que, digamo-lo com clareza, o anúncio das medidas que foram feitas pelo Sr. Ministro visasse, mais uma

vez, penalizar os trabalhadores e a população em relação às pensões e às reformas. É que não só mantem, e

até agrava, o roubo dos salários dos trabalhadores da Administração Pública e dos reformados e pensionistas,

como vai roubar um subsídio, ou mais, aos trabalhadores do setor privado.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!