18 DE OUTUBRO DE 2012
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O Sr. Jorge Fão (PS): — Está melhor agora?!
O Sr. Ministro da Defesa Nacional: — … uma ordem de despedimento de 420 trabalhadores, um navio
que custou aos contribuintes mais de 50 milhões de euros, atracado e sem utilização, um contrato de
incumprimento com a Venezuela, um navio patrulha oceânico por terminar e um conselho de administração
decapitado.
O Sr. Jorge Fão (PS): — Não, não!
O Sr. Ministro da Defesa Nacional: — É este o processo de reestruturação que deitei ao lixo? É! E fi-lo
com sentido da responsabilidade de que não era um processo de reestruturação, era um processo de
despedimento. E hoje, em vez de termos os trabalhadores aqui, teríamos um despedimento e uma pura
manutenção de 200 trabalhadores.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Tenho pouco tempo, mas, em flash, direi que não foi um ano perdido. Neste ano, pudemos encontrar
interessados para uma privatização, mas interessados sérios. Não se tratou de um mero anúncio ou de uma
fantasia, houve interessados sérios, que vão permitir que este processo possa ser desenvolvido até à última
gota, na tentativa de salvarmos os postos de trabalho que estavam em causa por culpa do Partido Socialista.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — O Sr. Deputado Honório Novo, que dispõe de 12 segundos,
inscreveu-se para uma segunda intervenção.
Tem a palavra, Sr. Deputado Honório Novo.
O Sr. Honório Novo (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, começo por me referir às suas afirmações,
dizendo que o que está em causa não é a natureza da comissão. Pouco me importa e pouco importa ao País a
natureza da comissão. O que importa é perceber se aquelas declarações são compatíveis com o exercício de
cargos públicos…
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. Honório Novo (PCP): — … num país democrático, sejam os cargos públicos quais forem.
Aplausos do PCP.
Não são, Sr. Ministro!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Uma vergonha!
O Sr. Honório Novo (PCP): — Se fosse a si, demitia, na hora seguinte, em bom nome do regime em que
os dois vivemos, o Eng.º Van Zeller. E fazia-o já hoje, Sr. Ministro.
Falámos de preconceitos hoje à tarde, e maior preconceito do que afirmar, sem o demonstrar, que a
privatização é a única solução, foi o do Sr. Ministro e das bancadas que o apoiam.
Preconceito é o Deputado Abel Baptista e o Deputado Carlos Abreu Amorim não quererem comentar o
significado das palavras de Van Zeller, que disse que privatizar significa desempregar, significa precarizar,
significa destruir as liberdades. Os senhores não podem esquecer isto: preconceito é os senhores
comportarem-se aqui como incendiários,…
O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr. Deputado, tem de concluir.