18 DE OUTUBRO DE 2012
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O Sr. Ministro da Defesa Nacional: — Sr. Presidente, é para solicitar que a Mesa distribua aos Srs.
Deputados o despacho que consubstancia o dito cujo processo de reestruturação referido 10 dias depois do
ato eleitoral do ano passado, portanto já na vigência do atual Governo, no qual se vê claramente que há uma
indicação de despedimento de 420 trabalhadores em relação aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo por
parte do anterior Governo.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para exercer o direito de defesa da honra da bancada, tem a palavra
o Sr. Deputado Carlos Abreu Amorim.
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Sr. Presidente, o Sr. Deputado Honório Novo acabou de se referir a
mim próprio e obviamente também a esta bancada,…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Foi só a si!
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — … em termos que não julgava que pudessem ser exercidos,
nomeadamente por parte do Sr. Deputado, pondo em causa o meu entendimento da democracia e obviamente
também o desta bancada.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Foi só o seu!
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Devo dizer-lhe, Sr. Deputado, num tom se calhar inusitadamente
pausado, que o único complexo com o entendimento de democracia que eu posso ter é com o entendimento
da democracia da Coreia do Norte. Com esse, tenho um enorme complexo e um enorme preconceito, Sr.
Deputado.
Aplausos do PSD.
E nem eu próprio, nem a bancada do Partido Social Democrata aceitamos lições de democracia por parte
de quem defende, cá dentro e lá fora, regimes totalitários e ditatoriais.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do PCP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr. Deputado Honório Novo, querendo dar explicações, tem a palavra.
O Sr. Honório Novo (PCP): — Sr. Presidente, julgo que estas explicações são necessárias porque o
pedido de defesa da honra da bancada do Sr. Deputado Carlos Abreu Amorim é inusitado e inapropriado.
De facto, o que eu disse não se referia, de todo, à bancada do PSD. Referia-se, de facto e exclusivamente,
ao Sr. Deputado Carlos Abreu Amorim, enquanto membro dessa bancada.
E repito aquilo que eu disse: quando se fala em democracia ou quando se fala em defesa do setor público,
em Portugal, o Sr. Deputado Carlos Abreu Amorim fica à beira de um ataque de nervos, como, aliás, foi bem
evidente no debate de hoje.
E devo dizer-lhe o seguinte: o senhor vai ficar ainda mais à beira de um ataque de nervos quando perceber
a indignação e a resistência a esta privatização, não só dos trabalhadores, como da população de Viana do
Castelo. Então, o senhor vai ficar à beira de um ataque de nervos!
Aplausos do PCP.