25 DE OUTUBRO DE 2012
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É uma medida destruidora de empregos. Estes Srs. Empresários não estão a pedir nenhum favor especial
ao Parlamento, estão, sim, a pedir que não destruam os seus empregos, que lhes custaram tanto a criar, estão
a pedir que não lhes destruam as suas empresas e que, por essa via, ajudem o País, porque eles já têm
problemas que cheguem, nomeadamente até com o aumento do IVA na eletricidade e no gás.
Aplausos do PS.
Um estudo independente demonstrou aquilo que todos nós já sabíamos: que, em 2012, as empresas ainda
resistem e que, em 2013, será o colapso total.
Esse estudo também demonstra que, em Portugal, este setor é ainda mais gerador de emprego do que nos
outros países. Por isso, a Comissão Europeia aconselha os países a aplicarem uma taxa de IVA mais baixa
para este setor, o que tem ainda mais razão de ser em Portugal. Porque é que a Irlanda, que é um país
intervencionado, conseguiu manter, e até baixar, a taxa do IVA? A Grécia, que é um país intervencionado,
infelizmente junta-se a nós. Mas Portugal está no top de uma medida destruidora de emprego. Além disto,
como é que podem esperar que os empresários acomodem um aumento de 77% de um custo que não podem
fazer repercutir nos seus preços?
Com medidas que atacam o consumo dos portugueses, os empresários não podem elevar os seus preços.
Então, estão a pedir-lhes que diminuam a margem, mas não há nenhuma empresa que consiga diminuir a
margem constantemente, porque num dia pedem-lhe isso, no outro diminuem os postos de trabalho e, no dia
seguinte, encerram. Isto é o que vai acontecer em 2012 e mais ainda em 2013.
Aplausos do PS.
Concluo, dizendo que o PS não iniciou hoje este debate. O PS apresentou medidas logo no início. Aliás, o
Secretário-Geral do PS referiu-o num debate, mais tarde, aquando da discussão do Orçamento do Estado,
apresentou um projeto de resolução, hoje estamos a apresentá-lo pela segunda vez e certamente iremos fazê-
lo de novo durante a discussão do Orçamento do Estado para 2013.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Fernando Virgílio
Macedo.
O Sr. Fernando Virgílio Macedo (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Em primeiro lugar,
queria também saudar os peticionários que se encontram presentes a assistir à sessão.
Têm sido apresentados, recorrentemente, neste Plenário, pelos partidos da oposição, projetos de lei e
projetos de resolução, bem como diversas petições da sociedade civil, no sentido de ser reposta a aplicação
da taxa de IVA intermédia aos serviços de restauração e bebidas.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — E bem!
O Sr. Fernando Virgílio Macedo (PSD): — Permitam-me que faça uma declaração de interesses desta
bancada parlamentar: a matriz ideológica desta bancada é contra o aumento dos impostos. Esta bancada
parlamentar reconhece ainda a importância do setor da restauração e bebidas, mas reconhece também que,
dadas as contingências financeiras que o País atravessa, o Governo se viu obrigado a efetuar uma alteração
ao Código do IVA, passando-se a aplicar a taxa de IVA normal a este tipo de transações.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Venham cá falar das pequenas empresas!
O Sr. Fernando Virgílio Macedo (PSD): — É importante realçarmos que a conjuntura do País obrigou, e
obriga, o Governo a pedir um conjunto de sacrifícios adicionais a todos os portugueses, pedido esse que tem