25 DE OUTUBRO DE 2012
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O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Quase nem palmas teve!
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Hélder Amaral.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr.as
e Srs. Deputados, começo por saudar não só a AHRESP e os
mais de 34 mil subscritores da petição como também os empresários das restauração, muitos deles autênticas
âncoras regionais e autênticos cartazes turísticos das regiões onde trabalham e também do País.
Gostaria de dizer quer ao Partido Comunista Português, quer ao Bloco de Esquerda, quer ao Partido
Ecologista Os Verdes que respeito a coerência, mas nada me surpreende pois estou habituado a que
apresentem propostas atrás de propostas para esse setor e noutros no sentido de que nada se deve pagar,
nada se deve cobrar. Aliás, a bem da verdade, nem a dívida acham que se deve pagar, portanto estamos
conversados.
Quanto ao Partido Socialista — com quem gostaríamos de fazer um debate sério, analisando as várias
vertentes do setor, encontrando soluções para os graves problemas do País — esperava que quando
inscreveram no Memorando da troica que tínhamos de encontrar 410 milhões de receitas em IVA soubessem
onde é que era possível encontrar soluções. Se não era na restauração, era onde? Era razoável que o
pudessem dizer.
Quando inscreveram no Memorando que devia haver transferência de categorias de bens e serviços das
taxas reduzidas e intermédias para a taxa mais alta, se não era naqueles bens e serviços que nós
encontrámos então onde é que deveria ser encontrado esse mesmo aumento?
O Sr. Adolfo Mesquita Nunes (CDS-PP): — Não vão dizer!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Era essa a discussão que gostava de ter. Se não é neste setor, é
aonde? Se não é nas medidas que estão previstas e estão a ser implementadas, então é aonde?
Gostaria ainda de dizer que estamos perante gente que resiste e que não só vai resistir a estas dificuldades
como já resistiu à implementação cega e violenta do sistema HACCP (Hazard Analysis and Critical Control
Points). Não fora a AHRESP diligente em encontrar mecanismos de concertação com a ASAE e a restauração
teria sofrido o primeiro ataque à sua sobrevivência.
Também aquando da implementação da lei do tabaco, que foi proposta por VV. Ex.as
, graças ao esforço
destas bancadas foi possível minorar os prejuízos de alguns restaurantes.
Protestos do PS, do PCP e do BE.
Portanto, não estamos aqui perante um aspeto único de dificuldade do setor, são vários, tal como a solução
também não pode ser única.
Quanto ao aumento do IVA, a Sr.ª Deputada, de facto, poderia ter dito que na Irlanda baixou, mas baixou
só até final do ano, e quando quis falar da Grécia teve dificuldades em fazê-lo porque percebeu que este País
estava numa situação igual à nossa.
É evidente que estamos perante um momento de dificuldades, o que é reconhecido por todos. Estamos a
pedir a este setor, como a outros, que contribuam para o esforço nacional.
Reconhecemos as dificuldades, gostaríamos de encontrar soluções para as aliviar e para as atenuar, mas
há soluções. Uma delas já consta do Orçamento: pela primeira vez na história, os empresários que tenham de
encerrar, que tenham necessidade de ver extinto o seu posto de trabalho vão ter direito a um benefício, a uma
compensação da segurança social que nunca existiu.
Protestos do PS, do PCP, do BE e de Os Verdes.
Nunca existiu!
Vozes do PCP: — Que vergonha!