25 DE OUTUBRO DE 2012
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de esclarecimento que possa ser feito. Aliás, a Sr.ª Secretária de Estado debateu-se, desde o princípio, para
que os debates de atualidade não tivessem pedidos de esclarecimento.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Muito bem. Então, a Sr.ª Deputada que se inscreveu para pedir
esclarecimentos converte esse pedido numa intervenção.
Vamos prosseguir com o debate, dando a palavra ao Sr. Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares.
O Sr. Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares (Miguel Relvas): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs.
Deputados: O Governo agradece à Câmara o ensejo de poder aqui trazer alguns esclarecimentos sobre a
agência Lusa relativamente à qual é acionista maioritário mas não único.
Se atentarmos no Programa do Governo, vemos que o nosso propósito é valorizar a sua gestão, em termos
de racionalidade e de sustentabilidade económica e financeira, em conjunto com os outros acionistas, o que já
se refletiu, por exemplo, na não distribuição de dividendos no último exercício, os quais reverteram,
integralmente, para este desiderato.
Ao longo dos três anos de vigência do último contrato de prestação de serviços com a Lusa, os valores
entregues pelo Estado, que corresponderam à contrapartida dessa prestação, mantiveram-se inalterados.
Neste momento, está a ser preparado o novo contrato, a vigorar igualmente por três anos, que será
assinado até ao final do ano em curso, e cujo objeto assegurará os compromissos fundamentais do Estado
com um serviço público noticioso cujos conteúdos, no essencial, valorizarão a prestação de um serviço público
nacional de informação, assegurado pelo corpo jornalístico da empresa, que incluirá uma rede revista de
correspondentes e de delegados determinada em função das necessidades nessa matéria e que a
administração da Lusa definirá numa ótica equilibrada de racionalização de custos operacionais, e a vertente
da lusofonia, que o Governo assume como prioritária.
O Governo deu instruções bem claras, e que são do conhecimento dos representantes dos trabalhadores
da empresa, no sentido de se evitar, a todo o custo, situações de cessação da relação de trabalho, as quais,
só em última linha, poderão ser ponderadas.
Este é um critério indeclinável de exigência, de responsabilidade e de solidariedade em termos de coesão
nacional quanto aos esforços que estão a ser pedidos a todos os portugueses, sem exceção, que norteia a
relação do Governo, enquanto acionista maioritário, com a Lusa e que será vertido no novo contrato de
concessão.
Não está, como nunca esteve, em causa o futuro da Lusa, cuja história e cujo desempenho ao serviço da
comunicação social e da sociedade portuguesa falam por si.
Todavia, para além da questão específica da Lusa, o requerimento do Bloco de Esquerda refere o tema do
pluralismo na comunicação social.
Este Governo rege-se pelos princípios que norteiam o funcionamento de Estado de direito democrático e
concebe o papel da comunicação social livre como um verdadeiro catalisador da qualidade da nossa
democracia.
Como é do conhecimento desta Casa, presentemente, o Estado apenas exerce a tutela técnica e financeira
relativamente a dois órgãos de comunicação social: a RTP, onde é acionista único, e a Lusa, enquanto
acionista apenas maioritário.
Esta vinculação política processa-se com a administração desses órgãos de comunicação social e não com
as respetivas políticas editoriais.
Esta é a medida exata da atuação do Governo relativamente aos meios de comunicação social
portugueses, em 2012, cujo mercado é evidentemente mais vasto.
Consequentemente, não cabe ao Governo emitir posição sobre eventuais desenvolvimentos que ocorram
no sector privado da comunicação social. É da responsabilidade dos reguladores, órgãos independentes do
poder executivo, ponderar e emitir pareceres em torno das garantias do pluralismo, quer nesse sector, quer no
que respeita aos subsistentes sob tutela pública.
A liberdade de imprensa e o pluralismo são pilares culturais e civilizacionais que não podem ser postos em
causa. No que depender deste Governo, nunca o serão.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.