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25 DE OUTUBRO DE 2012

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O Sr. Manuel Seabra (PS): — E vou dizer-lhe porquê. É que há aqui duas produções de sucesso

garantido, uma para a Lusa e outra para a RTP, que passo a descrever.

Produção e argumento destas duas produções: Miguel Relvas.

Filmes: «Miguel Relvas privatiza RTP», que pode ser exibido antes da hora de jantar, e «Miguel Relvas

corta na Lusa», que pode ser exibido depois do jantar.

Agora, uma sugestão de sequelas, Sr. Ministro.

Na RTP: «Miguel Relvas volta a atacar». Afinal, fecha um canal e concessiona o outro é o argumento.

Uma segunda sequela possível, também na RTP: «O regresso de Miguel Relvas», em que o tema pode ser

«afinal, há advisors».

Uma terceira sequela: «Miguel Relvas contra-ataca». Aqui, o argumento foi-me dado por V. Ex.ª, pois

estava aqui a ler, no computador, que V. Ex.ª, instado pelo Grupo Parlamentar do Partido Socialista, a

propósito do corte na Lusa, respondeu com uma calma olímpica: «Com um corte de 31%, não se pede

nenhum esforço especial à Lusa». Sr. Ministro, tenho de o felicitar, porque este é um argumento de ficção

científica.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr. Deputado, tem de concluir.

O Sr. Manuel Seabra (PS): — Vou concluir, Sr. Presidente, se me permitir.

Sr. Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, é tempo de levar o serviço público a sério. É obrigatório

sabermos cortar na despesa, é obrigatório racionalizar a administração, é obrigatório cumprir o défice

acordado, é obrigatório cumprir o Memorando. Se é obrigatório, façam-no! Mas não o façam com cortes

sectários, não o façam com cortes que revelam puro sectarismo ideológico, não cortem só porque é serviço

público, não cortem só por capricho, não cortem só por pura oportunidade política. A existência do serviço

público densifica a democracia!

Deixe-me terminar, Sr. Presidente, agradecendo-lhe a tolerância,…

O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr. Deputado, deixo-o terminar. Aliás, já devia ter terminado.

O Sr. Manuel Seabra (PS): — Vou terminar imediatamente, Sr. Presidente, com o acrescento de tolerância

que sei que V. Ex.ª me concederá.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — O acrescento, não, isto é um «acrescentão»!

O Sr. Manuel Seabra (PS): — A Lusa é o País cá dentro, a Lusa é o País lá fora. A Lusa é Portugal, a

Lusa é cultura, a Lusa é liberdade, a Lusa é a língua portuguesa. Levem a Lusa a sério. De uma vez por todas,

levem o serviço público a sério.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem, agora, a palavra, também para uma intervenção, o Sr. Deputado

Raúl de Almeida.

O Sr. Raúl de Almeida (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as

e Srs. Deputados: A

agência Lusa — e, nisto, reunimos unanimidade nesta Câmara — é um ativo precioso de Portugal.

É reconhecidamente produtora de informação de qualidade, com um grau de abrangência notável. Cá

dentro, é promotora da coesão nacional, da pluralidade e da vitalidade democrática. Lá fora, em particular no

mundo lusófono, é difusora de informação, é veículo de promoção cultural, é um importante ativo da nossa

diplomacia, uma espécie não negligenciável e agente da nossa economia.

São estes traços de carater que, a bem de Portugal, a Lusa nunca poderá alienar.

A Lusa é uma marca portuguesa de prestígio internacional.