I SÉRIE — NÚMERO 16
28
O Sr. Adão Silva (PSD): — Pedia, por isso, ao Sr. Presidente que solicitasse à bancada do Partido
Socialista a distribuição do documento onde está previsto esse corte.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr. Deputado, normalmente os pedidos de esclarecimento sobre a
proposta de Orçamento do Estado são feitos ao Governo, mas já que foi feito à Sr.ª Deputada Sónia
Fertuzinhos…
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Sr. Presidente, peço a palavra.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Creio que a Sr.ª Deputada Sónia Fertuzinhos pretende interpelar a
Mesa no mesmo sentido, pelo que tem a palavra, Sr.ª Deputada. Peço-lhe que seja breve.
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Sr. Presidente, já tinha compreendido e previso que a maioria iria ter
dificuldade em perceber e em aceitar este número,…
Aplausos do PS.
… e como não foi capaz de desmentir que, de facto, os cortes nas prestações sociais são três vezes
superiores ao número que o Sr. Deputado leu do Memorando, Sr. Presidente, aqui está, para ser distribuído à
maioria, o mapa do Quadro II.3.1. — Medidas de consolidação orçamental em 2013 —, no qual pode ler-se:
«Prestações sociais — 1041,9 milhões de euros».
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr.ª Deputada Sónia Fertuzinhos, tal como solicitou, iremos distribuir o
documento à maioria, mas também às minorias, que também têm direitos nesta Assembleia.
Srs. Deputados, vamos prosseguir com as declarações políticas, pelo que tem a palavra o Sr. Deputado
Nuno Encarnação.
Protestos do PSD.
O Sr. Nuno Encarnação (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: No passado fim de semana, o
Secretário-Geral do Partido Socialista, declarou «nós estamos a matar a economia, a sufocar as pessoas, a
atirar os portugueses para a pobreza». Se o Dr. Seguro quisesse ser rigoroso, poderia muito bem dizer: nós,
Partido Socialista, levámos a economia à morte, as pessoas ao sufoco, os portugueses à pobreza.
Vozes do PSD: — Bem lembrado!
O Sr. Nuno Encarnação (PSD): — Não lhe teria ficado nada mal!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Porque se a dívida pública cresceu de 39 500 milhões de euros, em 1991, para 189 700 milhões de euros,
em 2011, se a dívida das famílias subiu de cerca de 20%, em 1991, para 145%, em 2011, morte, sufoco e
pobreza foram os grandes objetivos conseguidos.
Por mais que o Dr. Seguro queira, o Partido Socialista conseguiu tudo isto de modo absolutamente
exemplar. Mas haverá motivo para tanto espanto com estes números? Com certeza que não.
As dívidas do Serviço Nacional de Saúde e as dívidas das empresas públicas de transportes, por um lado,
as políticas favoráveis ao recurso ao endividamento das pessoas, por outro, o exemplo que o Estado dava, a
incapacidade de conquistar investimento estrangeiro ou de dar confiança aos investidores nacionais, por fim,
foram os ingredientes essenciais a este descalabro.