I SÉRIE — NÚMERO 16
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ordem dos 8%. Significa isto o quê? Significa aumento da credibilidade, significa condições melhores para
investimento na dívida portuguesa.
Mas há outra área cujos resultados correspondem a uma condição essencial de êxito no equilíbrio exigido a
Portugal. Há um excedente na balança comercial, pela primeira vez, em muitos anos. O excedente comercial
dos primeiros 8 meses do ano foi de 315 milhões de euros, conseguido à conta de 55,9% do lado das
exportações e de 44,9% pela via da queda das importações.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — E se morrermos todos à fome ainda vai ser maior!
O Sr. Nuno Encarnação (PSD): — Sobre isto, nem uma palavra!
Sejamos mais objetivos ainda. Foram conseguidas outras condições perante a troica quanto aos limites e
ao prazo para os atingir.
Concorda o Dr. Seguro, ou não, que o défice de 4,5% seja para 2013? Concorda o Dr. Seguro, ou não, que
o défice de 3% seja atingido só um ano depois? É que esta é uma adenda às exigências iniciais, é uma
alteração às condições negociadas com a troica. Não foi isto que o Partido Socialista assinou. Era mais duro,
era pior!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Mas, não concordando, qual é o seu horizonte? O que pretende e não pretende cumprir? Quer o Dr.
Seguro conversar ou desconversar?
Para nós, é mais simples: assumimos a obrigação de resgatar o País.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Inscreveram-se, para pedir esclarecimentos, os Srs. Deputados
Hélder Amaral e Rui Paulo Figueiredo.
Tem a palavra, Sr. Deputado Hélder Amaral.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Nuno Encarnação, quero cumprimentá-lo,
porque, de facto, trouxe aqui um tema que, para quem ouviu a declaração política anterior e o debate que se
lhe seguiu, ganhou ainda mais importância, no sentido de sabermos qual o ponto de partida, qual a explicação
para um Orçamento tão difícil e tão duro para as famílias e para as empresas portuguesas…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É o segundo! É o vosso segundo Orçamento!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — … e para explicar que, de facto, não há, da parte da maioria nem do
Governo, nenhuma outra explicação, a não ser uma resposta clara e firme a uma situação que é, em si
mesma, dura e difícil…
O Sr. António Braga (PS): — A derrapagem do Orçamento em vigor!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — … e que nos foi deixada pelo Partido Socialista.
Aliás, Sr. Deputado Nuno Encarnação, para aqueles que diziam, há pouco, que tem de acabar a desculpa,
permita-me que faça aqui uma comparação de imagem: estamos perante um administrador de uma empresa
que cometeu atos de gestão danosa, que desfalcou a empresa e que está agora do lado de fora, a perguntar
porque é que a empresa não distribui dividendos, não emprega mais, não dá lucros, etc.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Mas, se passarmos para a política, em que a realidade tem de ser, necessariamente, diferente, porque nem
sequer quero ser ofensivo,…