31 DE OUTUBRO DE 2012
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mais: sabemos que há desejo de empregar mais pessoas e de dar formação profissional aos agricultores para
que mais gente possa vir para a agricultura.
Devo dizer que me tenho empenhado pessoalmente em mostrar que a agricultura é um setor tão relevante,
tão nobre e tão importante para a nossa economia quanto outros setores. Por isso, vejo com particular agrado
que cerca de 240 jovens agricultores se tenham instalado no nosso País, vejo com particular agrado
podermos, com recurso a 12 milhões de euros do Fundo Social Europeu, no âmbito do Impulso Jovem, do
Passaporte Emprego Agricultura, financiar, pela primeira vez, 6000 estágios profissionais nas empresas
agrícolas.
Sr. Deputado Abel Baptista, posso dizer que o Orçamento do Estado para 2013 garante a possibilidade de
se manter este nível de instalação de jovens agricultores, que, aliás, lembro, foi uma medida aberta em
permanência por este Governo escassíssimas semanas depois de ter tomado posse.
Digo mais, Sr. Deputado Abel Baptista: isso é tanto verdade quanto sabemos que esses jovens trazem
dinâmica, capacidade de mercado, de comercializar, de exportar, e são também o contributo válido para o
aumento de exportações do setor agroalimentar que ronda os 13%, que compara com uma média nacional de
10% e, se olharmos para o setor dos frescos, então, estaremos a falar de um aumento de exportações na casa
dos 16%.
Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, antes de responder às suas perguntas, que não dizem respeito à
agricultura, deixe-me responder às perguntas do Sr. Deputado Miguel Freitas para não estar as misturar as
áreas.
Sr. Deputado Miguel Freitas, relativamente às questões que se prendem com a agricultura, devo dizer que
o PRODER acelerou, tendo sido instalados mais jovens agricultores desde que este Governo tomou posse do
que durante a gestão do Partido Socialista.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Deputado sabe que o PRODER, por ser mal desenhado, complexo, de difícil execução, esteve
parado durante dois anos, e neste momento está a decorrer toda a velocidade. E tanto está que, em meados
deste mês, pudemos abrir em permanência a medida emblemática que o Sr. Deputado conhece bem, a
medida 111, de apoio ao investimento produtivo, para permanecer assim até ao final do programa e ter esta
aceleração.
Posso dizer ao Sr. Deputado que há preocupações em relação ao consumo interno, mas, ainda assim, os
bens alimentares são os que mais resistem às quebras, a começar pelos produtos agrícolas de primeira linha.
Também lhe posso dizer que as nossas empresas têm tido a capacidade de procurar mercados que lhes dão
robustez e que lhes permitirão, a todo o momento, intervir no mercado interno e aumentar as suas vendas
tanto a nível interno como externo.
Tive oportunidade de, na semana passada, estar em duas feiras relevantes do setor agrícola e
agroalimentar, em Paris e em Madrid, e pude conversar com responsáveis das nossas empresas e de ouvir o
que nos diziam sobre o comportamento das exportações este ano. Essas empresas aumentaram as suas
exportações em 15%, 20%, 25%, 50% e encontraram no mercado internacional excelentes oportunidades.
Deixe-me dizer-lhe que este trabalho é não só acompanhado pelo Ministério da Agricultura, que se tem
empenhado em abrir as portas de vários mercados — basta olhar para os mercados asiáticos no que se refere
ao setor da carne —, mas também pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, num trabalho concertado de
diplomacia para resolver prolemas, sendo os mais conhecidos os do azeite e do vinho com o Brasil, havendo
também outros dossiers a correr.
Quero tranquilizar o Sr. Deputado Miguel Freitas, dizendo-lhe que não há cortes que ponham em causa o
funcionamento de organismos nem as funções essenciais do Estado nesta matéria, nem na área do vinho, do
IVV (Instituto da Vinha e do Vinho) e do IVDP (Instituto dos Vinhos do Douro e Porto), nem em qualquer outra
área. Há, sim, uma ambição grande de olhar para aquilo que se faz, como se faz e procurar fazer da melhor
forma possível, com a melhor alocação de recursos possível.
Para terminar, só para não deixar sem resposta o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, quero dizer que a taxa
liberatória era um ponto muito focado por todas as entidades consultadas durante o processo de revisão da lei