I SÉRIE — NÚMERO 18
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Este Orçamento do Estado, ao equiparar rendimentos de capital e rendimentos prediais, completa a
reforma numa componente muito importante, permitindo captar para esta área recursos financeiros que serão
essenciais para mobilizar um setor em tantas dificuldades quanto o da construção.
Assim também, legislando e simplificando, fizemos com o licenciamento ambiental, no quadro do Sistema
da Indústria Responsável (SIR) — e este é um exemplo daquilo que estamos a trabalhar em tantos outros
domínios.
Assim faremos, também, em legislação estruturante para um olhar renovado sobre o nosso território —
terrestre e marítimo —, que permita, de forma sustentável, aproveitar todo o seu potencial. Enviaremos para
este Parlamento, até ao final do ano, as propostas de lei de bases do ordenamento do território e solos e a lei
de bases do ordenamento do espaço marítimo, a primeira lei deste tipo na Europa.
Alicerçados nestes e noutros instrumentos fundamentais, será possível, com total segurança jurídica,
simplificar procedimentos, desburocratizar, criar condições para atrair investimento nacional e estrangeiro,
essencial para colmatar a dificuldade de financiamento das nossas empresas. Sem um ambiente claro,
simples, de fácil apreensão e seguro, não conseguiremos este desígnio. É por isso que começamos pelos
alicerces para sabermos que, no final, teremos um edifício sólido e atrativo.
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território: — Então, será
possível libertar a Administração de procedimentos excessivos e desproporcionados, será possível criar
respostas céleres e eficazes, reorientar serviços para áreas onde temos carência de recursos humanos,
reduzir prestações de serviços externos, dar previsibilidade aos cidadãos e às empresas.
Uma Administração mais ágil e mais amiga das empresas, dos agricultores e dos investidores em geral
será a consequência de todo este esforço, que não se faz num dia, nem num ano, mas que, bem feito, com
reflexão, debate e serenidade, dará seguramente resultados sólidos e duradouros.
Queremos uma Administração amiga, que possa ajudar a facilitar a vida das pessoas, e não um Ministério
inimigo, ou que viva para complicar a vida de quem dele precisa.
Só assim conseguiremos criar riqueza para o nosso País, riqueza para todos os portugueses. E é para isso
que nós, em conjunto, trabalhamos!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Sr.ª Ministra, inscreveram-se sete Srs. Deputados para pedir esclarecimentos, a
saber: os Srs. Deputados Pedro Lynce, do PSD, Agostinho Lopes, do PCP, Abel Baptista, do CDS-PP, Pedro
Filipe Soares, do BE, Miguel Freitas, do PS, António Leitão Amaro, do PSD, e José Luís Ferreira, de Os
Verdes.
A Sr.ª Ministra informa que responderá em grupos de quatro, primeiro, e de três, depois.
Tem, então, a palavra o Sr. Deputado Pedro Lynce.
O Sr. Pedro Lynce (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Ministra, V. Ex.ª faz parte de um Governo que negociou
com a Comissão Europeia a autorização para a utilização de verbas destinadas ao Fundo de Coesão para a
conclusão de parte das obras do Alqueva, permitindo um maior investimento na agricultura e pondo, deste
modo, em relevo a incapacidade do Governo do Partido Socialista para resolver um problema por ele próprio
criado.
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Muito bem!
O Sr. Pedro Lynce (PSD): — Face à tentativa, do maior partido da oposição, de fazer passar para a
opinião pública a ideia de que este Governo não defende os interesses de Portugal na União Europeia,
gostaria que V. Ex.ª nos falasse sobre o processo de negociação e garantisse aos agricultores portugueses
que este Orçamento inclui a comparticipação nacional suficiente para cumprir os prazos estabelecidos pelo