31 DE OUTUBRO DE 2012
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quer pelo preço dos juros que lhe estão associados. Ou seja, cada vez pedimos mais dinheiro emprestado e
cada vez nos cobram mais por esses empréstimos.
Este ciclo vicioso é uma autêntica autoestrada para a bancarrota e para a insolvência. E esse caminho,
Sr.as
e Srs. Deputados, desde 1995, teve dois condutores especializados em dívida, em despesismo e em
défice: António Guterres e José Sócrates.
Vozes do PSD e do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — E os outros? Durão Barroso, Paulo Portas, Santana Lopes…
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — E teve vários «penduras», como António José Seguro ou António Costa.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Isso é que é reescrever a história!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — As portagens, essas, estão cá, hoje, os portugueses para as pagarem!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Apesar de nos terem dito que a viagem era gratuita, a fatura — hoje, sabemos — é dolorosa e é
extremamente pesada.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Srs. Deputados, o caminho que os Governos socialistas seguiram foi a «via verde» para a ajuda externa e
para a vinda da troica para Portugal!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos da Deputada do BE Cecília Honório.
O Fundo Monetário Internacional, o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia — é verdade —
trouxeram-nos um financiamento mais estável e mais seguro. Saímos dos mercados privados mas, com isso,
perdemos autonomia e limitámos a nossa soberania. Recuperar essa autonomia depende da nossa
capacidade e do nosso esforço.
Vermo-nos livres da troica, o mais depressa que for possível, é um desígnio que nos deve mobilizar.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Isso impõe tenacidade, rigor e uma atitude firme, quer nas políticas de
consolidação orçamental quer na ambição das políticas de estímulo ao crescimento económico.
Srs. Deputados, entre 2005 e 2011, a dívida pública cresceu de 90 000 milhões de euros para 174 000
milhões de euros!
Protestos do Deputado do PS Mota Andrade.
Em 2005, pagávamos cerca de 3%, de juros, num empréstimo a 10 anos; em 2011, pagávamos cerca de
8%.
No Orçamento de 2005, os encargos com juros da dívida eram de 4000 milhões de euros; no Orçamento
de 2013, esses encargos são de 7500 milhões de euros. Srs. Deputados, esta verba é brutal! Os juros da