23 DE NOVEMBRO DE 2012
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Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — A Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia não nos pode arrogar aquilo que não
fizemos. V. Ex.ª pode apresentar a sua proposta e verá disponibilidade desta bancada para que ela seja
discutida. Assim venham com propostas plausíveis para melhorar a vida dos portugueses, para melhorar o
Orçamento que estamos a discutir.
Aplausos do PSD.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Mais vale deitar o Regimento pela janela fora, para a escadaria!
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, não havendo mais inscrições, vamos passar à votação do recurso,
interposto pelo PSD, da decisão da Mesa de não admitir a apresentação de propostas de alteração findo o
respetivo prazo.
Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor do PSD e do CDS-PP, votos contra do PS, do PCP,
do BE e de Os Verdes e a abstenção do Deputado do PS Jorge Lacão.
Srs. Deputados, vamos prosseguir com a ordem do dia, que consiste, como sabem, na discussão, na
especialidade, da propostas de lei n.º 103/XII (2.ª) — Aprova o Orçamento do Estado para 2013.
Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Miguel Frasquilho.
O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Passada esta agitação inicial,
entremos no debate, na especialidade, do Orçamento.
Neste início de debate, gostaria de transmitir a esta Assembleia e aos portugueses algumas palavras sobre
o entendimento do PSD relativamente e este Orçamento e debate.
Dada a situação a que Portugal foi conduzido e que o País tem vivido recentemente, este é o Orçamento
possível para o próximo ano. Não é o Orçamento que o Governo e a maioria gostariam de apresentar, mas é o
Orçamento que evita a tragédia que se abateria sobre o nosso País se o Estado português não tivesse um
Orçamento responsável para 2013.
Todo o trabalho de recuperação da nossa credibilidade internacional, que é real, teria sido em vão; todos
os sacrifícios que os portugueses têm feito até agora para nada teriam servido. É isso que não podemos
admitir, nem vamos consentir.
Circunstâncias variadas e bem conhecidas de todos levaram a que a redução do défice prevista neste
Orçamento seja feita, na sua maior parte, à custa de impostos, nomeadamente em sede de IRS. Mas o
trabalho de redução da despesa pública deste Governo não deve ser esquecido.
Entre 2010 e 2013, a despesa desce mais de 10 000 milhões de euros, quase 12%, um montante sem
precedentes na história da democracia portuguesa. E descontando os juros da dívida pública, ou seja a
despesa primária, a queda é ainda maior: quase 13 000 milhões de euros entre 2010 e 2013, menos 15%. É
um trabalho necessário e que, como sabemos, deve ser continuado nos próximos anos para assegurar a
sustentabilidade da despesa pública portuguesa.
Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Discutiremos nos quatro dias que agora se iniciam não só o Orçamento do
Estado para 2013 como as várias propostas de alteração que os diferentes grupos parlamentares
apresentaram.
No caso particular das propostas apresentadas pela maioria, assumimos que pretendíamos melhorar o
Orçamento, sabendo que o caminho para o fazer era, e é, muito estreito. Pensamos que o resultado
conseguido pode ser considerado positivo para os portugueses: por exemplo, foi possível reduzir a sobretaxa
extraordinária em sede de IRS dos 4% previstos no Orçamento original para 3,5%. São cerca de 105 milhões
de euros.
Sei que alguns consideram que é pouco. Nós preferimos pensar que é favorável para as famílias que vão
beneficiar desta descida,…