I SÉRIE — NÚMERO 21
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O Sr. Honório Novo (PCP): — É um escândalo e um roubo!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Portanto, o PCP propõe não só o voto contra mas também a reposição do
pagamento do trabalho extraordinário, porque ele é e deve ser devidamente pago no nosso País.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Secretário de Estado da Administração Pública.
A Sr. Secretário de Estado da Administração Pública: — Sr.ª Presidente, sobre esta matéria, gostava de
repor a verdade. Esta norma não altera o regime do contrato de trabalho em funções públicas.
Protestos da Deputada do PS Isabel Santos.
O que os Srs. Deputados aprovaram ontem foi uma alteração a um conjunto de diplomas que regulam o
funcionamento da Administração Pública, entre eles o regime de contrato de trabalho em funções públicas.
Esta é uma norma transitória, que consta apenas da Lei do Orçamento do Estado e que não altera o regime do
contrato de trabalho em funções públicas e, portanto, não há nenhuma confusão legislativa. O que fizeram foi
confundir os portugueses. Repito, pois, que não há nenhuma confusão legislativa sobre esta matéria.
A alteração que reduz o trabalho suplementar pago aos servidores públicos, incluindo, por exemplo, o setor
empresarial do Estado e não os que estejam no regime das 40 horas, é uma medida que tem objetivos
orçamentais, o que nunca foi escondido. Estamos num processo de ajustamento, em que é preciso reduzir a
despesa pública. Este Governo reduziu, em 2 anos, a despesa corrente primária em cerca de 13 mil milhões
de euros. É com medidas desta natureza e com outras que têm de ser tomadas que se reduz a despesa
pública, que se equilibram as contas do País, que se conquista a confiança dos mercados internacionais e que
Portugal recupera a sua credibilidade.
Acho muito estranho que o Partido Socialista não se reveja em medidas destas, que vão dar cumprimento
ao Memorando assinado pelo Partido Socialista em 2011.
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Presidente: — A Sr.ª Deputada Isabel Santos inscreveu-se de novo.
Faça favor, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Isabel Santos (PS): — Sr.ª Presidente, fui forçada a inscrever-me na sequência intervenção do Sr.
Secretário de Estado, a quem coloco uma questão: pode dizer aqui, claramente, que não vai haver uma
revisão do valor do trabalho extraordinário para o setor privado e que essa revisão não levará a uma nova
convergência por via do regime em vigor na Administração Pública?
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Secretário de Estado da Administração Pública.
O Sr. Secretário de Estado da Administração Pública: — Sr.ª Presidente, vou responder muito
brevemente à Sr.ª Deputada Isabel Santos, dizendo-lhe que, obviamente, é uma resposta que não lhe posso
dar.
A Sr.ª Isabel Santos (PS): — Ah…!
O Sr. Secretário de Estado da Administração Pública: — Penso, aliás, que se trata de uma pergunta
completamente despropositada, porque tenho apenas sob a minha responsabilidade a área da Administração
Pública e a senhora está a fazer-me perguntas sobre alterações ao Código do Trabalho. Portanto, repito,
penso que a pergunta é completamente despropositada e sem sentido.