I SÉRIE — NÚMERO 23
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Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Adriano Rafael Moreira (PSD): — Em segundo lugar, o PS prevê com a sua proposta a redução de
120 milhões de euros, quando o Governo diz que atingirá os 250 milhões. É, pois, algo que exige uma
explicação pública, porque não se percebe.
Por último, a proposta do PS assenta numa falácia: os contratos celebrados pelo Governo socialista
obrigam a indemnizar os concessionários caso haja agravamento da carga fiscal. E aqui, Sr.ª Presidente,
permita-me que leia a Cláusula 22 de um dos contratos, que se intitula «Variação da tributação direta sobre o
lucro das sociedades», que diz o seguinte: «Quando ocorra variação da taxa global de tributação direta sobre
o lucro das sociedades, os pagamentos anuais são ajustados».
Ora, exige-se mais uma explicação por parte do PS sobre esta matéria.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Jesus Marques.
O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, chegamos, então, à
apresentação de uma proposta sobre o contributo das parcerias público-privadas e dos seus financiadores
para o esforço que estamos a fazer.
A nossa proposta vai, finalmente, pedir um esforço a estas entidades, porque o que consta do Orçamento
do Estado para 2013 é o aumento dos encargos dos contribuintes com as PPP: 10 milhões este ano e 140
milhões para o ano é o resultado da tal renegociação das PPP que o Governo diz que andou a fazer.
Nós propomos, finalmente, pedir um esforço a quem é concessionário e a quem é financiador das PPP, e
fazemo-lo naquilo que está acima das rendibilidades contratadas com uma contribuição total sobre o que está
contratado, acima dos valores dos contratos efetuados, e com 20% de todos os fluxos associados ao
financiamento das PPP, que são responsáveis por metade do financiamento destas concessões.
É uma proposta justa, é uma proposta que, finalmente, pede um esforço também para a consolidação do
País neste processo. E este processo de consolidação justifica que todos sejam envolvidos — bancos e
entidades concessionárias.
A maioria conseguiu, com o que chamou a renegociação das PPP, aumentar os encargos líquidos para o
Estado, porque reduziu encargos brutos mas também reduziu portagens e importou para o Estado as
despesas com obras que estavam nas PPP. Resultado: mais 10 milhões de euros de encargos para os
contribuintes em 2012, mais 140 milhões de euros para o ano. Nós propomos, pelo menos, 120 milhões de
euros de esforço das concessionárias e dos financiadores.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Tenha vergonha!
O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — Fizemo-lo e cumprimos a nossa promessa de apresentar uma
proposta para pedir um esforço também a estas entidades e o que resultará em matéria de PPP, em 2013, se
a maioria não aprovar esta proposta, é apenas o aumento de encargos para os contribuintes. Não queremos,
pois, acreditar que não aprovem a proposta do PS.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem a palavra o Sr. Deputado Hélder Amaral.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr. Deputado Pedro Jesus
Marques, quero dizer-lhe que percebe-se bem a proposta que o PS aqui nos traz. Trata-se de uma ténue
tentativa de um pedido de desculpas e de corrigir o tiro de uma política do passado. Mas ela é financeiramente
inconsequente. E porquê? Porque ela corta, diz agora o Sr. Deputado, 120 milhões, ou seja, metade daquilo
que o Governo se propõe fazer, que é cortar 250 milhões de euros.