27 DE NOVEMBRO DE 2012
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Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, o Partido Socialista, em vez de andar a tirar expedientes da
«cartola», como as medidas que tomou no sentido de apoiar as pequenas médias empresas com mais
dinheiro, deveria contribuir para a credibilidade do País, porque, nesse caso, as portas do crédito abrir-se-iam
às empesas.
Os Srs. Deputados do Partido Socialista deveriam fazer evoluir a sua posição sobre este Orçamento do
Estado na medida em que nele podem encontrar uma nova linha de crédito PME Crescimento, mais seguros
para crédito à exportação, linhas de recapitalização para as PME, uma linha PME Obrigações e ainda o IVA de
caixa, que tanta falta faz às pequenas e médias empresas e às microempresas, o qual vai permitir que as
empresas só paguem o IVA que é devido quando os seus clientes lhes paguem. Esta é uma medida que vai
aliviar as restrições de liquidez das pequenas e médias empresas.
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Relativamente a uma proposta de artigo 136.º-A — Linha de Financiamento de
Pequenas e Médias Empresas, tem a palavra a Sr.ª Deputada Hortense Martins.
A Sr. ª Hortense Martins (PS): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados, sem
crescimento não há consolidação orçamental. Ouviu bem, Sr. Deputado Carlos Silva?
É que o Sr. Deputado disse que, primeiro, temos de fazer consolidação orçamental e estabelecer o
equilíbrio das contas públicas. Mas sabe o que é que vai acontecer, dado o falhanço dos números e dos
objetivos apresentados por este Governo? É que, Sr. Deputado, quando atingirmos esses objetivos, todas as
empresas já terão morrido e a destruição dos empregos já terá acontecido!
O que propomos é que o Governo e a maioria que o apoia votem favoravelmente as propostas do PS,
porque é urgente o financiamento das empresas. Sem financiamento, não há empresas e sem empresas não
há postos de trabalho. Por isso, o Partido Socialista requer que a maioria aprove, com urgência, as quatro
propostas que apresentamos hoje.
A primeira é no sentido de criar uma linha de crédito do BEI de 5000 milhões, que, recorde-se, é destinada
às pequenas e médias empresas. Esta linha já aqui foi discutida a aprovada noutros tempos, mas é preciso
levá-la à prática porque as empresas carecem dela.
Em segundo lugar, propõe-se a criação de uma linha de recapitalização para as PME com 3000 milhões de
euros, financiada por parte de fundos para a recapitalização dos bancos, que, como sabemos, ainda dispõem
de 7500 milhões de euros sobre os quais os portugueses estão a pagar juros, porque as empresas carecem
desse dinheiro para a sua atividade.
Propomos ainda a extensão do período de carência de reembolso das linhas de crédito já contratadas.
É verdade que existem as linhas PME Investe e PME Crescimento. Só que há um problema: no passado
até já houve prorrogação deste prazo e o que propomos é que se esse período de prorrogação seja
prolongado porque sabemos que a crise e a recessão requerem que, por parte das empresas, a prorrogação
se faça.
Em último lugar, propomos o reforço da linha de financiamento ao investimento e exportações com reforço
do Fundo de Contragarantia Mútuo.
Sr.as
e Srs. Deputados, as exportações já estavam a crescer muito antes desta contratualização com a
troica e a diversificação de mercados já estava a acontecer. Agora voltaram a estar em perigo por efeito da
recessão que ainda aumentou, como todas as previsões revistas o dizem, tanto em Portugal como na Europa.
Por isso, é preciso assegurar condições de financiamento. Há empresas, na área do calçado e do têxtil, que
estavam com saúde e que agora estão a ser postas em causa por falta de financiamento.
Por isso, Sr.as
e Srs. Deputados, é urgente que aprovem estas medidas para o financiamento das
empresas e o Governo deve criar condições para a competitividade e com isso apoiar o emprego e o
crescimento.
Portanto, tem de haver consolidação das contas públicas mas temos de ter economia. É lamentável que se
sinta que, para o Governo e para a maioria, não haja economia.
Aplausos do PS.