7 DE DEZEMBRO DE 2012
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O Sr. Paulo Sá (PCP): — Por mais que o Governo e a maioria que o suporta insistam nas vantagens desta reorganização territorial, a realidade é que da extinção em massa de freguesias apenas resultará um
empobrecimento do poder local democrático.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — O PCP valoriza e reconhece o enorme contributo das freguesias e dos eleitos locais para a melhoria das condições de vida das populações, para a resolução dos seus problemas e na
prestação de serviços públicos.
Lutámos no passado e continuamos a lutar hoje, empenhadamente, em defesa das freguesias, fazendo
tudo o que está ao nosso alcance para travar a brutal ofensiva do Governo PSD/CDS-PP contra o poder local
democrático, tendo apresentado, em particular, um projeto de lei que revoga a famigerada Lei n.º 22/2012, que
será discutido em sessão plenária da Assembleia da República na próxima sexta-feira, dia 14 de dezembro.
Daqui saudamos a luta que as populações, os eleitos nos órgãos autárquicos e os trabalhadores da
administração local travam em defesa das freguesias e do poder local democrático. Daqui afirmamos,
convictamente, que a luta continua!
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado Paulo Sá, inscreveu-se, para lhe pedir esclarecimentos, a Sr.ª Deputada Ângela Guerra, do PSD.
Tem a palavra, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Ângela Guerra (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, ensina-nos o povo e a vida que uma mentira repetida mil vezes continua a ser uma mentira!
Vozes do PSD: — Muito bem!
A Sr.ª Ângela Guerra (PSD): — Dúvidas na matéria em apreço são legítimas, as mentiras é que não.
Protestos do PS e do PCP.
Tenham calma, Srs. Deputados.
Dispõe, claramente, a Lei n.º 22/2012 e o diploma que hoje aqui discutimos que a freguesia criada por
efeito de agregação não põe em causa o interesse da preservação da identidade cultural e histórica, incluindo
a manutenção dos símbolos das anteriores freguesias.
E, mais, dispõe que a freguesia resultado de agregação manterá património, recursos humanos e os
direitos e as obrigações.
É tão claro como dizer-se: esta reforma não fecha serviços, não despede pessoas, não encerra edifícios.
Aplausos do PSD.
Sr. Deputado Paulo Sá, pergunto-lhe: com esta reforma, as juntas de freguesia perdem alguma das suas
competências?! Ou foram dispensadas, por acaso, de prosseguir outras?!
Hoje de manhã, aqui mesmo, na Assembleia da República, o Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Vale
Covo, Bombarral, a quem saúdo, porque está presente a assistir à sessão, referiu que as três solicitações que
mais lhe chegam por parte da sua população são a limpeza da freguesia, o arranjo de caminhos e estradas e
que seja porta-voz das necessidades genéricas da população junto da câmara municipal.
Pergunto-lhe, Sr. Deputado: o futuro presidente da freguesia, criada por agregação, fica impedido de
concretizar algumas dessas solicitações? Fica proibido de prestar alguns desses serviços? Obviamente que
não! Pelo contrário, pode continuar a fazê-lo, e agora com mais recursos!