21 DE DEZEMBRO DE 2012
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O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma segunda intervenção, tem a palavra O Sr. Deputado Paulo
Sá.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Sr. Presidente e Srs. Deputados, queria relembrar o CDS dos projetos de
resolução que apresentou na altura em que era oposição, projetos de resolução em que o CDS exigia, com
todas as letras, a resolução urgente, urgentíssima, deste problema. E, como o Governo do PS não resolvia o
problema, o CDS, muito justamente, acusava-o de insensibilidade social.
O Sr. Honório Novo (PCP): — Muito bem!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — O Sr. Deputado Artur Rêgo veio dizer que o Governo tem de refletir, ponderar,
meditar, analisar e estudar. Ou seja, há um ano e meio, quando estavam na oposição, exigiam do Governo do
PS uma intervenção imediata, mas chegaram ao Governo e nada fizeram.
Sr. Deputado, lembro-lhe de que o Governo tomou posse há 518 dias. Que grande urgência era essa que
os senhores exigiam para a resolução do problema? Passados 518 dias, os senhores continuam com o
mesmo discurso que tiveram há um ano e meio, quando chumbaram a primeira iniciativa que o PCP aqui
apresentou!?
Para retirar direitos, o CDS trabalha muito eficazmente: para tirar salários e pensões, para roubar os
subsídios, para extinguir freguesias, para destruir o poder local, para privatizar, é um instante! Mas, quando se
trata de defender os interesses dos moradores dos bairros sociais, o CDS precisa de mais de 500 dias para
refletir e amadurecer o assunto.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Assim, o que se exige ao CDS é coerência, é que cumpra o que escreveu nestes
projetos de resolução: a resolução urgente deste problema, e já tarda porque passaram mais de 500 dias
desde que o CDS teve oportunidade, através do seu Ministério e da Ministra Assunção Cristas, de resolver
este problema.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Mas há uma questão que o Sr. Deputado Artur Rêgo evitou…
O Sr. Presidente (António Filipe): — Queria concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Sr. Presidente, vou concluir, colocando uma questão. O CDS escrevia que
«outros valores se levantam e se têm sobreposto ao bom senso e à razoabilidade», que impediam o PS de
resolver esse problema. Pelos vistos, também impedem o CDS! A pergunta é esta: que outros valores são
esses, Sr. Deputado? Que outros valores são esses que impedem a resolução do problema da renda apoiada,
que impedem a consagração e a efetivação do direito à habitação?
Sei que o CDS não tem tempo, mas talvez o PSD, parceiro de coligação, possa explicar quais são esses
valores que têm impedido, ao longo de mais de 500 dias, de resolver este problema.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Paulo Oliveira.
O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Comecei a minha intervenção
por afirmar que o regime da renda apoiada estava desajustado e precisa de melhorias, e repito, exatamente,
essa mesma afirmação. Mas, Srs. Deputados, esses reajustamentos não são seguramente no sentido da
vossa proposta.