I SÉRIE — NÚMERO 33
40
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Quais são?
O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — Nós queremos melhorar este regime mas não com as vossas
propostas, porque elas não traduzem essa melhoria.
Em segundo lugar, o Governo comprometeu-se a apresentar a esta Câmara uma proposta de lei até ao
final do ano. Se não for até ao final do ano, mas até ao final de janeiro, esperamos por essa altura e cá
estaremos, novamente, para resolver essa questão.
Em terceiro lugar e para terminar, queria dizer o seguinte: a suspensão do regime de renda apoiada, repito,
não é uma medida aceitável do ponto de vista social, não é uma medida justa. Sabem porquê? Porque, além
dos argumentos que já aduzi, ela não contribui rigorosamente em nada para a melhoria das condições de vida
e da falta de habitabilidade das classes mais desfavorecidas; não melhora rigorosamente em nada na gestão
dos parques habitacionais; não se traduz na melhoria dos recursos financeiros que são sempre necessários
para uma boa manutenção do parque habitacional público; e não traz rigorosamente nada de novo.
O Sr. João Oliveira (PCP): — É preciso descaramento!
O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — O que ela faz, Srs. Deputados, é manter situações que são, de todo,
injustas.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — É, é!…
O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — Deixe-me dar-lhe um exemplo aqui bem próximo, na Amadora.
Sr.ª Deputada — e vou terminar com este exemplo —, acha justo que, com a suspensão, perdurem as
situações de fogos de habitação social em que os agregados familiares, felizmente, têm melhoria da sua
condição financeira ao ponto de manterem a habitação social com rendas de 2 € como casa de férias ou de
segunda residência? Isso não é justo.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Isso é mentira! Uma vergonha!
O Sr. Presidente (António Filipe): — A Sr.ª Deputada Helena Pinto pediu a palavra para que efeito?
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Para uma interpelação à Mesa, se o Sr. Presidente permitir.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Eu permito, mas espero que seja uma verdadeira interpelação, Sr.ª
Deputada.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr. Presidente, na Assembleia da República não podemos continuar a ouvir
determinadas frases sem reagir. Porque, Sr. Presidente, se há…
Protestos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr.ª Deputada, a sua interpelação é para que efeito?
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr. Presidente, se me permite e com as minhas desculpas, gostaria de fazer
um protesto.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Os grupos parlamentares têm de dispor de tempo para fazerem
protestos e a Sr.ª Deputada não dispõe desse tempo.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Apenas peço 30 segundos, Sr. Presidente.