O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

22 DE DEZEMBRO DE 2012

13

Vozes do PCP: — Muito bem!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Os portugueses, como o Sr. Primeiro-Ministro disse, são inteligentes e

sabem que, por exemplo, o ano que vem, por aquilo que está contido no Orçamento do Estado para 2013, vai

ser um ano pior. Ou seja, estão, hoje, a fazer sacrifícios brutais, na perspetiva de que o ano que vem possa

ser melhor. Mas não, o ano que vem será pior, devido à sua política.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Na semana passada, veio dizer que estava a lançar as raízes de uma

sociedade mais justa; hoje, falou em sementes. Pensamos que estas sementes vão dar tantos frutos como

uma figueira-brava, Sr. Primeiro-Ministro!

Quero fazer-lhe algumas perguntas que, de facto, centrem este debate quinzenal.

Primeiro: que sociedade mais justa é essa de que fala, que faz da destruição do emprego e da diminuição

dos rendimentos do trabalho as principais medidas de ajustamento económico?!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Que sociedade de justiça é essa, que promove e impõe a lei da selva

nas relações laborais, desprotegendo a parte mais fraca e precarizando o trabalho, como regra — o trabalho

forçado e não pago —, que corta nos direitos, que reduz a segurança no emprego, que enfraquece a política

social no desemprego, que, pela quinta vez, desde que é Governo, se apressa a alterar o Código do

Trabalho?!

Que sociedade justa se constrói com uma política que confisca os rendimentos do trabalho, sem pudor, que

aumenta o IRS em escalões mais baixos e trata os rendimentos médios como se fossem rendimentos

milionários?!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Que sociedade é essa na qual se impõe a quase 500 000

trabalhadores, que recebem o salário mínimo nacional, o congelamento do seu salário, desde há dois anos, e

se recusa qualquer aumento para o futuro?!

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Uma vergonha!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Que sociedade é essa, Sr. Primeiro-Ministro, em que se encara a

possibilidade de pedir a autorização e a bênção da troica para atender a uma revindicação tão justa como a do

aumento do salário mínimo nacional?!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Que sociedade de justiça é essa que coloca um reformado que ganha

pouco mais de 1350 € a pagar mais impostos — qual taxa de solidariedade, qual carapuça, Sr. Primeiro-

Ministro! — do que qualquer outro rendimento, nomeadamente o dos capitais?!

Que sociedade de justiça é essa que quer construir, Sr. Primeiro-Ministro, destruindo e mandando para a

falência milhares e milhares de pequenos empresários?!

Que sociedade de justiça é essa que continua a reforçar o polo que concentra a riqueza e espalha a

miséria e a pobreza pelo outro?!

Neste Natal, não são apenas os portugueses que, pessoalmente, estão mais pobres, é o próprio País, com

a venda ao desbarato do seu património. Com este objetivo, visando a sua política, já não está a destruir

apenas as funções sociais do Estado, está a destruir as próprias funções do Estado. E estamos de acordo

consigo, Sr. Primeiro-Ministro, pois não está enganado, está determinado, fez uma opção de fundo, do lado