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I SÉRIE — NÚMERO 34

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dos mais fortes, do lado dos poderosos, do lado dos que querem mandar neste País, enquanto que, quem

trabalha, quem vive dos seus pequenos rendimentos, estes, estão condenados com a sua política.

Talvez, porque um dia disse «que se lixem as eleições!» e porque, por exemplo, dentro em breve, vamos

discutir aqui a liquidação de 1200 freguesias, tenha essa consciência e esteja num processo de fuga para a

frente.

Este é um Governo derrotado, mas os portugueses não vão dizer «que se lixem as eleições», vão dizer, um

dia, «que se lixem o PSD e o CDS» pela política que estão a fazer em relação ao País e aos portugueses.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, não me parece que a

realidade tenha passado ao lado da minha intervenção.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Passou, passou!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Pelo contrário, fiz uma referência objetiva — porque a realidade é o que é, é

objetiva — às dificuldades que os portugueses estão a enfrentar.

Sei, e disse-o aqui, que este terá sido o ano, de que tenho memória, de maiores dificuldades para as

empresas e para as famílias portuguesas.

Portanto, Sr. Deputado, tenho uma noção muito realista do preço que todos estamos a pagar, e concordo

consigo quando diz que não pagamos todos da mesma maneira: aqueles que estão mais desprotegidos

normalmente são mais afetados pelas crises. Sabemos isso.

Por isso é importante prevenir este tipo de crises. Mas, Sr. Deputado, não se consegue prevenir este tipo

de crises com discursos piedosos mas, sim, com reforma económica. Hoje, o nível da reforma económica está

concentrado no tempo e tem de produzir-se a um ritmo muito mais intenso, porque durante demasiados anos a

adiámos.

O Sr. Deputado elencou vários aspetos que são observáveis, e outros que são da sua visão. Disse o Sr.

Deputado que se verifica a «lei da selva» nas leis laborais. Não posso concordar com o Sr. Deputado.

É verdade que flexibilizámos a lei laboral, tornámo-la, portanto, um instrumento ao serviço…

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Dos patrões!

O Sr. Primeiro-Ministro: — … da mobilidade laboral. E, Sr. Deputado, não vale a pena regressar

ciclicamente às mesmas discussões, a não ser, evidentemente, que elas nos possam ajudar a prosseguir no

debate. Mas, não há aqui nenhuma progressão no debate, Sr. Deputado: sabemos que o Partido Comunista

desde sempre se opôs a qualquer reforma laboral.

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Para pior!

O Sr. Primeiro-Ministro: — O Partido Comunista sempre se opôs a qualquer reforma constitucional. O

Partido Comunista é o partido mais conservador do espetro político nacional.

Vozes do CDS-PP: — Isso é verdade!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Por vontade do Partido Comunista, o País não mudava rigorosamente nada,

com uma diferença: se alguma vez a política do Partido Comunista fosse executada, Portugal não só ficaria

sem ricos como só ficaria com pobres. E isso, Sr. Deputado, eu não desejaria para o meu País.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.