12 DE JANEIRO DE 2013
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Sabemos que o financiamento das nossas PME é uma das nossas maiores preocupações e um dos
nossos maiores problemas. Exatamente por isso, lançámos toda uma série de linhas de crédito para tentar
ajudar as nossas PME. Como disse, em setembro de 2011, fizemos o alargamento das linhas PME Investe;
em janeiro de 2012, lançámos uma nova linha de crédito na PME Crescimento, de 1500 milhões de euros, a
qual foi reforçada para 2500 milhões de euros a meio do ano; lançámos a linha Investe QREN, de 1000
milhões de euros, que irá alavancar investimentos até 3000 milhões de euros; ainda agora, acabámos de
alargar, novamente, o prazo das linhas PME Investe e lançámos uma nova PME Crescimento; lançámos
também o concurso para 220 milhões de euros dos fundos de revitalização, cuja maior parte é virada para
toda a economia, mas grande parte é virada para a indústria. Refira-se que o Programa Revitalizar, o
Programa Licenciamento Zero para a indústria e estas linhas de crédito são todos exemplos da nossa
preocupação com a indústria e a salvaguarda da nossa indústria. E, como disse, e já disse também a outros
Srs. Deputados, peço aos Srs. Deputados que, nas respetivas comissões, falem com os empresários, para
que os empresários vos digam o que é que o Ministério da Economia e do Emprego está a fazer para lhes
facilitar a vida e para impulsionar a sua competitividade.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Nós sabemos o que eles dizem, o Sr. Ministro é que não deve saber!
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para formular perguntas, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Drago.
A Sr.ª Ana Drago (BE): — Sr. Presidente, Sr. Ministro da Economia e do Emprego, quero dizer-lhe para
não se enganar, porque a rua, o contacto com os empresários e os trabalhadores não são aquelas sessões
que o Sr. Ministro gosta de organizar, com a Ministra do Ambiente e com o Ministro da Educação, para fazer
alguns anúncios que, depois, nem confirma aqui, no Plenário da Assembleia da República. E lembro-me de
outras ruas onde o Sr. Ministro, enfim, teve reações um bocadinho mais agressivas, por parte de
trabalhadores, por parte de empresários. Agora mesmo, em frente à Assembleia, há empresários que
contestam a política do Governo. Portanto, se calhar, o Sr. Ministro devia andar por outras ruas.
Mas não se engane também, porque a sua fragilidade política não vem de o Sr. Ministro ser independente
do Governo, vem de o Sr. Ministro ser incompetente na área da economia,…
Protestos do PSD e do CDS-PP.
… vem de o Sr. Ministro estar há um ano e meio em funções e não ter qualquer resultado das suas
políticas para apresentar a este Parlamento. Com certeza, houve um problema de som aqui, na Assembleia da
República, porque o maior partido aqui representado fez-lhe uma pergunta, no sentido de que o Sr. Ministro
esclarecesse o que foram as taxas de execução do QREN em 2012, porque era algo que era importante ser
esclarecido. Tenho declarações do Sr. Secretário de Estado Adjunto da Economia, que está agora mesmo a
falar consigo, que dizia, ao Jornal de Negócios, que 62% dos fundos do QREN já foram aplicados e a taxa de
execução ficaria próxima deste resultado. Bom, nós precisamos saber se isto é mesmo assim ou se não é
verdade, Sr. Ministro, porque isto significaria que, nos últimos três meses do ano, teríamos tido uma taxa de
execução que chegava quase aos 2000 milhões de euros. É preciso esclarecer exatamente o que é que
aconteceu, para haver um aumento de quase 10% das taxas de aplicação do QREN.
Por isso, Sr. Ministro, quero, sinceramente, colocar-lhe uma questão. O Sr. Ministro, nessas sessões
públicas, nessas «ruas», nessas saídas do gabinete com os outros ministros, que o Sr. Ministro gosta de fazer,
falou de uma reorientação para o próximo Quadro de Referência Estratégico Nacional,…
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Ana Drago (BE): — … dizendo que 50% dos fundos irão para as empresas. É preciso perceber que
estamos a falar de percentagens e, portanto, se agora vai redirecionar para as empresas, vai ter de cortar em