I SÉRIE — NÚMERO 43
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Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do PS.
Sr. Deputado, creio que o verdadeiro destinatário da sua pergunta não era o Primeiro-Ministro, mas,
eventualmente, outros membros deste Parlamento que não se sentam na bancada do Governo.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Montenegro.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Sr. Primeiro-Ministro, é também
importante, como, aliás, resulta desta sua intervenção e de outras que tem feito nos últimos dias, que
possamos, para além de ter este objetivo de recuperar a nossa soberania financeira, de reequilibrar as nossas
finanças públicas e de cumprirmos os nossos compromissos, termos a capacidade de projetar as próximas
décadas, o futuro do nosso País.
E a esse propósito, Sr. Primeiro-Ministro, há um debate que já começou na sociedade portuguesa sobre a
reforma do Estado, que é, a nosso ver, decisivo.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — À porta fechada!
O Sr. António Braga (PS): — Foi no Palácio Foz, à porta fechada!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — É uma altura, Sr. Primeiro-Ministro, em que todos são chamados a
debater o futuro do nosso País.
Vozes do PS: — Viu-se!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Aquilo a que o Sr. Primeiro-Ministro já chamou, e muito bem, «o Portugal
pós-troica».
Parece que alguns gostam tanto da troica que não querem sair deste período. Não é o nosso caso, Sr.
Primeiro-Ministro. Nós queremos, como já temos dito várias vezes, ver a troica fora de Portugal o mais
depressa que for possível, e quer os partidos políticos, quer os parceiros sociais, quer a Academia, quer as
instituições (nacionais e internacionais) devem colaborar e devem dar o seu contributo para este debate.
Neste Parlamento, de resto, tudo temos feito para permitir e estimular a oposição a participar neste debate.
Queremos continuar a acreditar que a oposição, em particular o Partido Socialista, não vai alinhar por um
boicote ao debate, que seria um boicote ao País.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Já foi um mau indício, que, de resto, revelou alguma precipitação e até
alguma arrogância intelectual, o facto de andarem a diabolizar, como fizeram, o relatório do Fundo Monetário
Internacional.
Protestos do PS.
O Sr. Primeiro-Ministro disse, e muito bem, que aquele relatório não é a Bíblia, é um contributo com coisas
que se podem aproveitar e outras que, naturalmente, não terão acolhimento. Mas há aspetos naquele relatório
que também nos devem fazer refletir. Dou-lhe um exemplo e pedia-lhe um comentário, Sr. Primeiro-Ministro:
nesse relatório, no ponto 57, a que corresponde o gráfico da pág. 54, há uma conclusão que nos deve
interpelar a todos e que é algo perturbadora. De todos os recursos financeiros atribuídos pela segurança social