I SÉRIE — NÚMERO 43
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Sr.ª Presidente, este é um sintoma que geralmente só acontece no final das legislaturas, que é o sintoma
de quem precisa de ir rapidamente para a oposição.
Aplausos do PS.
Risos do PSD e do CDS-PP.
Mas eu tenho todo o gosto em continuar este debate.
O Sr. Primeiro-Ministro tem de dar instruções aos seus Deputados para ouvirem com respeito o líder da
oposição.
Protestos do PSD.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Que vergonha!
O Sr. António José Seguro (PS): — Sr. Primeiro-Ministro, deixemos a realidade virtual: 883 000
desempregados, 175 000 jovens desempregados, 450 000 desempregados sem subsídio de desemprego,
mais de 70 000 portugueses que emigram por ano, 5936 empesas decretaram falência, 14 405 famílias
insolventes, 5500 famílias que entregam casas. O senhor pode ter o diálogo que quiser com a sua maioria,
mas esta é a triste realidade do País e esta realidade deve ser assacada à sua má política e à sua má
execução orçamental. Isso é que tem de ficar claro neste debate!
Aplausos do PS.
Sr. Primeiro-Ministro, falou-se em gráficos, mas mostro-lhe o das exportações. E além de muitos gráficos
que tenho para lhe oferecer, o mais grave e aquele que mais nos preocupa é o que devia concentrar todas as
atenções do Governo, que é o que respeita à taxa de desemprego.
Temos a taxa de desemprego mais elevada da nossa história e não consigo compreender como é que o
senhor, várias vezes, chega a esta Câmara e diz que o seu principal objetivo é o regresso aos mercados. O
nosso principal objetivo é combater a chaga do desemprego que existe no País.
Aplausos do PS.
E sabe como é que se combate essa chaga, Sr. Primeiro-Ministro? Combate-se com políticas que
estimulem o crescimento económico e que preservem o emprego.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
Quero perguntar ao Primeiro-Ministro duas coisas muito concretas.
Em primeiro lugar, o Banco de Portugal acabou de desmentir as suas previsões, e não foi em 10% ou em
20%. Segundo o Banco de Portugal, Portugal vai decrescer este ano o dobro das suas previsões. Perante isto,
quero saber o que é que o Primeiro-Ministro de Portugal tenciona fazer para evitar mais falências e para evitar
mais desemprego.
Em segundo lugar, ficámos a saber que Portugal vai beneficiar de mais dinheiro — 4000 milhões de euros.
Quero, pois, perguntar-lhe como vai aplicar esses 4000 milhões de euros.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.