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I SÉRIE — NÚMERO 43

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O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Muito bem!

O Sr. Primeiro-Ministro: — … de vir aqui chorar-se com o desemprego, quando não dá um único

contributo positivo para explicar como é que haveremos de vencer a crise e resolver esse problema do

desemprego?

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Não é verdade!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Diz o Sr. Deputado: «A solução está no crescimento. Tudo se resolvia se

houvesse crescimento». Concordo, Sr. Deputado.

O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Concorda, mas não pratica!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Tivesse Portugal, nos primeiros 10 dos últimos 12 anos, crescido alguma coisa

que se visse, não tivesse, por essa razão, o desemprego estrutural aumentado como aumentou e a dívida

aumentado o que aumentou e, Sr. Deputado, provavelmente, nem teríamos chegado à necessidade de pedir

dinheiro emprestado.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Se calhar, não precisávamos de estar sob um regime de emergência, como o que hoje vivemos.

Portanto, Sr. Deputado, as verdades de La Palisse acrescentam muito pouco. Sabemos que é preciso pôr o

País a crescer, mas não podemos pôr o País a crescer tornando a dívida maior, endividando-nos mais, até

porque hoje, mesmo que quiséssemos fazer o que o Partido Socialista fez no passado, não podíamos.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Nós não usaríamos, com certeza, estes 4 biliões extra, que advêm do facto de ter havido

retificação/variação do câmbio com o dólar, para aumentar o endividamento do País.

O Sr. António José Seguro (PS): — Mas o que é que vai fazer? O senhor não é capaz de dizer o que vai

fazer!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Portanto, Sr. Deputado, temos um programa que é muito claro e o Sr.

Deputado escusa de fazer essas perguntas retóricas. Vamos fazer, rigorosamente, as duas coisas que são

essenciais para esse efeito. Em primeiro lugar, a reforma estrutural ao nível da economia, para que a

economia seja competitiva, para que as empresas que exportam sejam mais do que são hoje e possam

colocar, em termos de quota de mercado, ainda mais do que colocam hoje. Queremos, portanto, mais

emprego do lado do setor competitivo da economia,…

O Sr. António Braga (PS): — Como?!

O Sr. Primeiro-Ministro: — … porque sabemos que o emprego que tínhamos, na parte protegida da

economia, não é sustentável e gera desemprego. O modelo que os senhores seguiram durante muitos anos foi

o de gerir desemprego a prazo, com setores protegidos. Pela nossa parte, estamos, justamente, a colocar

todas as nossas energias e incentivos nas áreas que devem ser competitivas para serem sustentadas. Esta é

a primeira parte, Sr. Deputado.

O Sr. António Braga (PS): — Como? Dê um exemplo!