19 DE JANEIRO DE 2013
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O Sr. Primeiro-Ministro: — A segunda parte, Sr. Deputado, é cumprir aquilo a que nos comprometemos,
aquilo que os senhores, quando temos avaliações regulares positivas, têm pena que aconteça, e que nos
orgulhamos de fazer, que é cumprir as nossas metas.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Vozes do PS: — Falso!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Cumprindo as nossas metas, Sr. Deputado, estaremos, então, em condições
de poder preparar o futuro. Mas, agora, vamos preparar o futuro para além desta situação de emergência.
Sr. Deputado, já que conseguiu falar de programas de Governo e de maiorias absolutas, de que é que o
Partido Socialista está à espera para dizer o que pensa sobre a reforma do Estado?
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado António José Seguro.
O Sr. António José Seguro (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, ficou claro que não tem
resposta para as duas perguntas que lhe fiz.
Aplausos do PS.
Também ficou claro que a sua receita falhou. E devo devolver-lhe as palavras de demagogia. É que
demagogo é um Primeiro-Ministro que pede sacrifícios aos portugueses e falha em todos os objetivos que se
propôs. Demagogo é um Primeiro-Ministro que, para ganhar eleições, não se importa de fazer promessas que,
depois, não cumpre, como a de dizer que era um disparate cortar o 13.º mês e o 14.º mês aos funcionários
públicos e fazer precisamente o contrário.
Aplausos do PS.
Devo dizer-lhe, Sr. Primeiro-Ministro, que demagogia, impreparação, irresponsabilidade e incompetência
são as do senhor.
A Sr.ª Elza Pais (PS): — Muito bem!
O Sr. António José Seguro (PS): — O senhor, em abril de 2011, dizia: «Calculámos e estimámos e posso
garantir-vos que não será necessário, em Portugal, cortar mais salários nem despedir gente para poder
cumprir o programa de saneamento financeiro». E repetiu: «Se formos Governo, posso garantir que não será
necessário despedir pessoas nem cortar salários para sanear o sistema português». O senhor faltou à
verdade,…
Aplausos do PS.
… porque disse aos portugueses que não despedia funcionários públicos, que não diminuía os salários e
prepara-se para fazer isso mesmo! Isto, Sr. Primeiro-Ministro, significa que o senhor está a cortar e a romper o
contrato de confiança com os portugueses.
O Sr. António Braga (PS): — Exatamente!