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19 DE JANEIRO DE 2013

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O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, em democracia temos

sempre alternativas. Sempre!

O Sr. José Junqueiro (PS): — É verdade!

O Sr. Primeiro-Ministro: — De resto, nem sei porque é que se fala em democracia, porque há sempre

alternativas, em democracia ou sem ser em democracia. Em democracia gostamos de estar convencidos de

que as alternativas que temos são legítimas, mas às vezes também são legítimas quando não há democracia.

As pessoas e as sociedades têm sempre alternativas, mas é preciso saber quais são elas, não é só dizer:

«Nós temos alternativa e, portanto, recusamos esta». Mas qual é a outra?

Em Portugal, há um partido que não tem apresentado nenhuma alternativa e que era aquele que tinha

maior responsabilidade de a apresentar por ser tradicionalmente um partido de Governo — o Partido

Socialista.

Risos do PS.

O Bernardino Soares (PCP): — Menos conversa e responda às perguntas!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Depois, temos no Parlamento o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda, que

têm alternativas. São alternativas que não têm o nosso acolhimento, mas têm alternativas.

Os senhores dizem: «Nós vamos renegociar a dívida. Não reconhecemos a dívida e vamos renegociá-la.

Não queremos suportar estes juros. Essa dívida é ilegítima. O dinheiro foi mal gasto. Os Governos, apesar de

terem gasto esse dinheiro com autorização democrática, fizeram uma utilização que não é legítima. Nós não

reconhecemos isso, não queremos, não aceitamos que seja o País a pagar esses erros». Esta é a posição do

Partido Comunista — simplificada, naturalmente!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Um pouco simplista!

O Sr. Primeiro-Ministro: — O Sr. Deputado não leve a mal mas, em matéria de caricatura, julgo ser um

mau competidor.

Ora, essa é uma alternativa que o povo português não quer. Ela é legítima, tem toda a razão!

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Pergunte ao povo!

O Sr. Primeiro-Ministro: — O Sr. Deputado pode dizer «nós temos uma alternativa», mas reconheça que

é uma alternativa que o País não quer, e tem uma razão para isso! O País não quer essa alternativa porque

sabe que se ela, porventura, não fosse uma mera alternativa mas, sim, uma inevitabilidade, então o País

estaria muito pior do que está hoje, sofreria muito mais do que hoje.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Esse discurso já está gasto!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Portanto, falar em alternativa como quem deseja que se torne inevitável o que

todas as nações e todos os países querem evitar, que é o seu próprio colapso…

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Colapso é o que os senhores estão a fazer!

O Sr. Primeiro-Ministro: — … e lançar o seu povo numa pobreza por dezenas e dezenas de anos, não é o

que quero para o meu País, pelo que não me identifico com essa sua alternativa.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Em segundo lugar — e para terminar —, o relatório do Fundo Monetário Internacional…