19 DE JANEIRO DE 2013
37
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Pinho de Almeida.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, se há coisa que
sabemos em Portugal, e especialmente neste Parlamento, é que a partir do momento em que Portugal foi
conduzido à circunstância evitável e triste de ter de pedir ajuda externa,…
O Sr. António Braga (PS): — Outra vez?!…
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — … os consensos nacionais são mais importantes do que
nunca.
Provavelmente, o País teria ganho em perceber isso antes, porque se tivesse percebido antes a
importância do valor dos consensos provavelmente teria evitado a circunstância a que o Governo anterior do
Partido Socialista nos conduziu.
Mas, mais grave do que não termos percebido antes e de não termos evitado essa circunstância, é, depois
de passarmos por esse momento, estando confrontados com essa dificuldade, não só insistirmos no erro
como alargarmos esse erro.
Já sabemos que quando se discutiu o Memorando de Entendimento houve partidos que entenderam falar
com os nossos parceiros e houve partidos que escolheram não falar com esses parceiros.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Dos que escolheram não falar houve os que se arrependeram
e os que não se arrependeram.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Mas a circunstância mais única no meio de isto tudo é que,
neste momento, nem os que se arrependeram nem os que não se arrependeram querem participar numa
discussão mais profunda.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Isso é pouco novo, mas novo a sério é a mudança de posição
do Partido Socialista, porque, apesar de tudo, à época, o Partido Socialista, que era Governo, esteve,
naturalmente, disponível para falar com os nossos parceiros e para inscrever no Memorando de Entendimento
muitas reformas e muitas reformas difíceis, muitas mudanças e tantas mudanças que tantos portugueses
sentem neste momento.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Nessa altura, o Partido Socialista esteve lá. Mas, agora,
ficamos com a dúvida: será que o Partido Socialista só falou com os nossos parceiros porque estava obrigado
a isso por estar no Governo nesse momento?
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Será que o Partido Socialista, naquela circunstância, se não
estivesse no Governo, também não teria falado com os nossos parceiros e adotaria a mesma posição de
irresponsabilidade?
Era importante que o Partido Socialista esclarecesse isso, porque se os portugueses soubessem que o
Partido Socialista era assim tão irresponsável, se calhar, também já teriam tirado, em relação a esse partido,
outras consequências noutros momentos eleitorais. Mas tirá-las-ão, com certeza, no futuro.