I SÉRIE — NÚMERO 43
38
Neste momento, a circunstância é muito clara: estamos no Parlamento, e foi no Parlamento que tentámos,
desde o início, construir um processo de debate mais alargado.
O Partido Socialista pronunciou-se sobre o instrumento, e disse que tinha de ser uma comissão
parlamentar; o Partido Socialista pronunciou-se sobre o prazo, e disse que o prazo tinha de ter um
determinado limite, que não podia ser um limite curto e que tinha de ir até Junho; o Partido Socialista
pronunciou-se sobre o universo, e disse que o debate não podia ficar limitado à política, que tínhamos de ouvir
a academia e que tínhamos de ouvir outros intervenientes sociais.
Ora, fez bem o Partido Socialista em dar todas essas sugestões, pois todas elas constam da proposta da
maioria.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Mas, neste momento, o Partido Socialista faz muito mal em votar contra aquilo que foram as suas ideias,
que eram boas ideias, que mereciam ter tido consenso e que só não o têm por oportunismo político eleitoral.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, vamos votar o projeto de resolução n.º 574/XII (2.ª) — Constituição
de uma comissão eventual para a reforma do Estado (PSD e CDS-PP).
Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor do PSD e do CDS-PP e votos contra do PS, do PCP,
do BE e de Os Verdes.
Srs. Deputados, segue-se a votação do recurso, apresentado pelo PCP, da deliberação da Comissão de
Ética, Cidadania e Comunicação que autorizou, com efeitos retroativos, o Sr. Deputado Miguel Frasquilho a
integrar a Comissão para a Reforma do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas-2013, nomeada
nos termos previstos no despacho n.º 66-A/2013, de 2 de janeiro, e requerendo, em consequência, que essa
Comissão aprecie, nos termos previstos no n.º 7 do artigo 21.º do Estatuto dos Deputados, a existência de um
impedimento ao exercício do mandato pelo referido Deputado, resultante de ter aceite a nomeação para um
cargo governamental sem autorização parlamentar.
O PCP informou a Mesa que requer um debate em torno deste recurso, com a atribuição de 3 minutos a
cada grupo parlamentar.
Está previsto regimentalmente, pelo que gostaria de ouvir a opinião da Câmara.
Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Montenegro.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr.ª Presidente, queria apenas solicitar à Mesa que fosse aplicada, no
mínimo, a grelha que foi usada agora para a discussão da criação da comissão eventual, em que foram
atribuídos 2 minutos a cada grupo parlamentar.
A Sr.ª Presidente: — Creio que o PCP está de acordo, pelo que, havendo consenso, cada grupo
parlamentar disporá de 2 minutos.
Tem a palavra o Sr. Deputado João Oliveira.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, julgo que a fundamentação do
requerimento pode até levar menos de 2 minutos.
Aquilo que o PCP pretende com a apresentação deste recurso não é discutir se o Sr. Deputado Miguel
Frasquilho deve ou não ser autorizado a integrar a comissão governamental para a reforma do IRC; aquilo que
o PCP pretende com este recurso é recorrer de uma deliberação da Comissão para a Ética, a Cidadania e a
Comunicação que já não tem lugar, neste momento, no processo parlamentar.
Esta autorização devia ter ocorrido antes da aceitação da nomeação feita pelo Governo, mas não ocorreu.
Até dia 2 de janeiro, esta deliberação fazia sentido, mas desse dia em diante aquilo que a Assembleia da
República tem de fazer é verificar se existe ou não um impedimento e, no caso de o confirmar, aprovar um