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I SÉRIE — NÚMERO 44

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Temos de ter igualmente a noção de que este regresso aos mercados tem de ter consequências, e

consequências claras. Tem de ter, desde logo, consequência no financiamento à economia. Se tudo ficar igual

no financiamento à economia, de nada valeu, para Portugal, o regresso aos mercados. Temos de ter a noção

de que tem de haver uma consequência no nosso horizonte de crescimento, porque se não houver

crescimento económico de nada valeu o regresso aos mercados. Temos de ter a noção de que tem de haver

consequência na recuperação do emprego, porque, se o desemprego continuar a aumentar ao ritmo que

aumenta, desde os tempos do Governo do Partido Socialista, de nada valeu o regresso aos mercados.

É certo que continuamos com desafios muito difíceis pela frente, que não podemos cometer erros, que

temos de continuar a lutar para atingir objetivos, que devemos defender, intransigentemente, os interesses de

Portugal e que, mais do que nunca, da parte da maioria, devemos lutar para que se mantenha um consenso,

que também é importante para que atinjamos os nossos objetivos e respeitemos os portugueses.

Estejam todos à altura do momento que vivemos, mas estejam todos, sobretudo, à altura da exigência que

temos para com os portugueses de, de uma vez por todas, nos livrarmos da situação de dificuldade em que

entrámos com o pedido de ajuda externa e da qual só nos livraremos quando recuperarmos totalmente a

autonomia que, durante o tempo do Partido Socialista, perdemos.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente Ferro Rodrigues.

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, inscreveram-se os Srs. Deputados José Junqueiro e

Heloísa Apolónia.

Para o feito, tem a palavra o Sr. Deputado José Junqueiro.

O Sr. José Junqueiro (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado João Pinho de Almeida, ouvi-o falar em

credibilidade, mas queria dizer-lhe que para falar em credibilidade é preciso ter autoridade na matéria.

Vozes do PS: — Muito bem!

O Sr. José Junqueiro (PS): — O Sr. Deputado, o CDS e o PSD foram eleitos com uma promessa: a de

que não seria necessário lançar mais impostos; a de que não seria necessário cortar no salário dos

portugueses; a de que não seria necessário cortar nas pensões; a de que não seria necessário cortar nos

subsídios.

Não foi o CDS que escreveu uma carta aos seus militantes a dizer que estaria definitivamente contra mais

um qualquer aumento de impostos? É evidente que foi!

O Sr. Mota Andrade (PS): — Bem lembrado!

O Sr. José Junqueiro (PS): — E o Sr. Deputado Nuno Magalhães lembra-se, com certeza (porque

também era dessa opinião), de uma entrevistazinha na revista Elite, em que se diz: «O CDS é contra o

aumento de impostos». Essa entrevista foi dada agora, Sr. Deputado!

Portanto, quando o Sr. Deputado João Pinho de Almeida vier falar de credibilidade, tem o CDS, em

primeiro lugar, de assumir as suas responsabilidades. É que o CDS, de facto, não tem credibilidade nenhuma!

Protestos do CDS-PP.

A ida aos mercados é importante, mas também é muito importante reconhecer que, em 2012, os

desempregados inscritos nos centros de emprego aumentaram 17,4%. E é importante recordar que os

senhores, num ano e meio de Governo, aumentaram o desemprego em 37%, o que quer dizer que o número

de desempregados é, agora, cinco vezes superior ao número de desempregados durante os seis anos

anteriores, de um outro Governo de que os senhores gostam de falar.