I SÉRIE — NÚMERO 44
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crianças que vão com fome para a escola?! Estão a falar do regresso da miséria, da fome e da má nutrição
infantil que este País regista como há muitos anos, há décadas, não registava?!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Os senhores estão a falar das pessoas que vivem à luz da vela, porque não
têm dinheiro para pagar as contas?! Estão a falar do desemprego, que aumenta de mês para mês?!
Os senhores dizem que não há dinheiro para estas medidas, para aumentar salários e pensões de reforma,
mas há 1100 milhões de euros para o Banif?! Então, não há dinheiro, mas há 3800 milhões de euros para o
BPN?! Então, não há dinheiro, mas há 450 milhões de euros para o BPP?! Então, não há dinheiro, mas há 35
000 milhões de euros para pagar os juros dos empréstimos usurários a que o País se submeteu com o vosso
pacto de agressão?! Então, não há dinheiro, mas há cerca de 7500 milhões de euros para pagar os juros
anuais com a dívida?!
A política é feita de escolhas, Srs. Deputados. Nós sabemos de que lado estamos. Os senhores querem
continuar a condenar o povo e o País à miséria, à regressão, a essa política de terrorismo social e sabotagem
económica.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Mas os senhores, tal como o vosso pacto de agressão, vão ser derrotados
pela luta de quem trabalha, pela luta dos trabalhadores e do povo. Outros, com igual ou maior arrogância do
que essa que os senhores apresentam, foram derrotados.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Vou concluir, Sr. Presidente.
Os senhores vão ser derrotados porque as pessoas, que hoje sentem dificuldades e começam a ter essa
consciência crescente de que é preciso derrubar o Governo antes que este derrube o País, vão levar por
diante essa tarefa patriótica — patriótica, Srs. Deputados! — de correr com este Governo e com esta política.
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Tem a palavra, também para uma intervenção-relâmpago, dado o
pouco tempo de que dispões, o Sr. Deputado Nuno Serra.
O Sr. Nuno Serra (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Está fora de questão para o PSD
condicionar preços, mercados e empresas — esse não é o nosso caminho.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Só pessoas e trabalhadores!
O Sr. Nuno Serra (PSD): — Mas é devido ao respeito que temos pelos sacrifícios dos portugueses que
não podemos aceitar essas medidas.
Protestos do Deputado do PCP Bruno Dias.
Srs. Deputados, o dinheiro não chega para tudo. E tenho pena de não haver nestas propostas do PCP uma
única medida para arrecadar receita. O que lhe pergunto é onde vai buscar tanto dinheiro para dar a tanta
gente e para resolver tantas questões que coloca.
Protestos do Deputado do PCP Bruno Dias.