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2 DE FEVEREIRO DE 2013

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Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Para formular uma pergunta, pelo CDS-PP, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno

Magalhães.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, em primeiro lugar, queria

dizer-lhe que fez bem, na abertura deste debate, em recordar e até percorrer o caminho difícil que o País teve

de fazer no último ano e meio para poder, hoje, recuperar parte da credibilidade perdida.

Também gostaria de assinalar que este é o primeiro debate quinzenal depois da semana que marcou a

antecipação do calendário de regresso aos mercados do nosso País. Um regresso com taxas de juro mais

baixas do que as que eram praticadas à altura do pedido de resgaste, e antes mesmo desse pedido, quando a

crise tinha terminado e, para alguns governantes de então, não era necessário qualquer tipo de intervenção

externa, porque tudo estava a ser recuperado.

Essa foi uma semana em que a colocação de dívida ocorreu quer no mercado secundário quer no mercado

primário — aberto não só a sindicato de bancos mas também a investidores privados —, onde a maior parte

dos investidores, cerca de 70%, que fizeram essa compra, que acreditaram no esforço dos portugueses foram

externos, ou seja, foram estrangeiros, o que é importante salientar.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Neste primeiro debate a seguir a esse facto, também gostaria de

salientar o aumento das exportações, sobretudo em determinados setores produtivos e estruturantes — não

só na agricultura, como já vinha ocorrendo, como nos setores do calçado e das madeiras, onde tínhamos

perdido qualquer tipo de competitividade —, o que constitui um sinal que a todos deve mobilizar para que

possamos continuar este caminho, que não será fácil mas que, repito, deve mobilizar-nos.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Entendemos, por isso, que estes factos devem ser encarados com

responsabilidade — sem euforia, claramente — e como consequência da paulatina, mas consistente,

recuperação da credibilidade externa de Portugal, o que é também um sinal da eficácia que algumas reformas

estruturais, que foram adiadas, que há muito poderíamos e deveríamos ter feito, com outro tempo, noutras

circunstâncias, e que, por temos sido obrigados a fazê-las, começam lentamente, mas de forma consistente, a

dar alguns resultados e a demonstrá-los na prática.

Mais importante, Sr. Primeiro-Ministro, penso que este facto deve constituir um fator acrescido para que

todos, em conjunto — nas dificuldades que temos vivido e que, certamente, iremos continuar a viver, é preciso

sublinhá-lo — possamos estar mais certos, mais convictos de que estamos no caminho indicado para

recuperar a nossa credibilidade e resgatar a nossa soberania.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Primeiro-Ministro, estes sacrifícios só terão um sentido útil para

as pessoas que estão a ouvir-nos, para os portugueses, se, depois desta ida aos mercados, que foi

indiscutivelmente um sucesso, permitirmos, no mais curto prazo possível, a criação de condições para que

ocorra mais financiamento para as pequenas e médias empresas — também para as grandes, e já lá irei —, a

custo mais reduzido e, ao mesmo tempo, que isso permita a criação de emprego como a única forma para

combater o desafio e o flagelo mais difícil que o País enfrenta — o Sr. Primeiro-Ministro e este Governo nunca

o negaram —, que é o desemprego.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Perante isto, Sr. Primeiro-Ministro, pergunto: o que faz a oposição?