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I SÉRIE — NÚMERO 49

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conseguir recuperar teria afundado; o que teria acontecido é que os portugueses, hoje, estariam a pensar se

os sacrifícios que têm vindo a fazer nos permitiriam sair deste estado de emergência, porque seria legítimo

que dissessem: «Então, nós não estamos a fazer tudo isto para fechar o capítulo da emergência e para

podermos dizer à troica que já não precisamos dela, nem do seu dinheiro, porque nos saberemos governar de

acordo com as nossas possibilidades e com o financiamento que aqueles que acreditam em Portugal nos

possam canalizar?»

Sr. Deputado, o que aconteceu não é estrito mérito do Governo. Mas volto a dizer, porque parece

impressionante que, na sua tentativa de partidarizar tudo, a oposição, de um modo geral, nunca consiga ver

em nada de positivo que aconteça no País qualquer mérito do Governo.

Com isso, a oposição não ganha nenhuma razão nem nenhum esclarecimento, só perde, porque o País

perderia tudo o que fez até hoje, se não tivéssemos conseguido esta primeira emissão bem sucedida, mas,

evidentemente, se isso acontecesse, Sr. Deputado, a oposição, sobretudo aquela que tem a perspetiva de um

dia vir a governar, não ganharia nada, em Portugal, para futuro.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Para formular perguntas, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Montenegro, do PSD.

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, de facto, um ano e meio depois de

este Governo e esta maioria iniciarem funções, a verdade é que Portugal está a cumprir os seus principais

objetivos orçamentais e, ao contrário daquilo que aqui foi dito, cumpriu o seu compromisso, em matéria de

défice, relativamente ao ano de 2012.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Não cumpriu, não!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Seis avaliações positivas, Sr. Primeiro-Ministro, que também

reconhecem essa capacidade de Portugal, a baixa consistente das taxas de juro e o regresso ao mercado,

que, agora mesmo, o Sr. Primeiro-Ministro evidenciava, e mesmo o prolongamento das maturidades dos

empréstimos europeus, são resultados, e são resultados reais, são resultados que se vão repercutir na vida do

nosso País e contributos essenciais, como disse o Sr. Primeiro-Ministro, na primeira intervenção, para

restabelecermos a confiança e a credibilidade no nosso País.

A oposição pode desdenhar, pode desvalorizar, pode querer acentuar o facto de estarmos em recessão e

de ter havido um aumento do desemprego, que, como sabemos, eram inevitáveis num processo de

ajustamento, mas uma coisa é certa, Sr. Primeiro-Ministro: o espírito de sacrifício e o esforço dos portugueses,

das pessoas, das famílias e das empresas têm sido notáveis.

Estabilizar financeiramente o País, recuperar a soberania plena, do ponto de vista político e financeiro,

reduzir a despesa pública, reformar estruturalmente os principais sistemas públicos e a economia, Sr.

Primeiro-Ministro, tudo isto é difícil, tudo isto tem sido doloroso, mas temos uma certeza: está a valer a pena e

vai valer a pena cumprirmos todo este programa.

Sabemos, Sr. Primeiro-Ministro, e reconhecemos a sua tenacidade e a tenacidade do Governo, mas

também não posso deixar de lhe dizer que estes resultados devem ser creditados, em primeiro lugar, na

capacidade de resistência e persistência do povo português, na força coletiva que temos demonstrado.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

E, Sr. Primeiro-Ministro, bem sabemos que os tempos não são de euforia, mas também não são de

desistência. O que formos capazes de fazer é o alicerce do futuro que queremos para o nosso País e esse

futuro, como sempre dissemos — e o Sr. Primeiro-Ministro também o disse agora —, é um futuro que passa

por nos vermos livres da troica o mais depressa que for possível e por construir um País que, após a presença

da troica e após esta operação de emergência, inicie, de forma sólida, um novo ciclo de crescimento. Para

isto, Sr. Primeiro-Ministro, é necessário ter finanças públicas equilibradas, um endividamento sustentável, uma

economia competitiva, recursos humanos qualificados e um Estado eficiente.