2 DE FEVEREIRO DE 2013
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Aplausos do PS.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, este debate é surreal.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
Estamos a uma semana do Conselho Europeu, não conhecemos a agenda completa desse Conselho. Este
debate deveria ter ocorrido com maior proximidade do Conselho Europeu.
Haverá um ponto que sabemos que estará presente: a aprovação, espero que ocorra, do Orçamento da
União Europeia. Mas sobre esta matéria, apenas me limito a reafirmar aquilo que disse no debate de
dezembro, porque, durante estes dois meses, o Governo não forneceu ao Parlamento, nem ao Partido
Socialista, qualquer informação relevante do que ocorreu entre esse e o próximo Conselho Europeu.
Segunda nota: este é um Conselho em que vai encontrar os seus pares.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — É!
O Sr. António José Seguro (PS): — É uma boa oportunidade para falar dos problemas do nosso País, e
espero que o faça.
A questão não é, como nunca foi, a de saber se Portugal está disponível para cumprir as suas obrigações
perante os seus parceiros europeus e os seus credores. Sempre o assumimos. E se há uma vantagem política
de Portugal em relação, designadamente, à Grécia, é a de que aqui nunca houve dúvidas de que, mesmo que
mudasse o Governo, o Partido Socialista honraria os compromissos de Estado, como é nossa obrigação.
Vozes do PSD: — Ah!
O Sr. António José Seguro (PS): — Mas há diferenças entre nós, Sr. Primeiro-Ministro. E a grande
diferença tem a ver com a filosofia política da saída da crise e com o papel do Banco Central Europeu. E volto
a insistir. Tenho aqui vários extratos do Diário da Assembleia da República sobre os nossos debates e o País
sabe que, durante todo este tempo, havia dois campos claramente distintos: o nosso campo, onde
defendíamos um papel mais ativo do Banco Central Europeu; e o seu campo e o da Sr.ª Merkel, que defendia
não ser necessário um papel mais ativo do Banco Central Europeu.
Protestos do PSD.
Sr. Primeiro-Ministro, quero avivar-lhe a memória: eu nunca defendi que o Banco Central Europeu devia
financiar a nossa dívida. O que sempre defendi, e continuo a defender, é que o Banco Central Europeu devia
financiar diretamente ao Estado português, através de um mecanismo europeu. Sempre o defendi, e volto aqui
a fazê-lo.
Como sempre defendi uma mutualização da parte da dívida, como sempre defendi que Portugal deve ter
um programa de ajustamento que seja credível. E a credibilidade tem a ver com os resultados desse programa
de ajustamento.
Defendi, e volto a defender, mais tempo para a consolidação, taxas de juro mais baixas, mais tempo para
pagarmos as nossas dívidas, que possa haver uma postecipação do pagamento de juros. Estas são quatro
propostas que sempre defendi, Sr. Primeiro-Ministro. E sabe porquê? Não foi por facilitismo; foi por respeito
pelos sacrifícios dos portugueses e para garantir que o nosso programa de ajustamento fosse um programa
credível.
O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Muito bem!