8 DE FEVEREIRO DE 2013
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A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, Srs. Jornalistas, está aberta a sessão.
Eram 15 horas e 8 minutos.
Peço aos Srs. Agentes o favor de abrirem as galerias.
Hoje, não há expediente, pelo que entramos diretamente na ordem do dia.
O primeiro ponto da nossa ordem de trabalhos consiste em declarações políticas, a que se segue a
discussão do projeto de resolução n.º 540/XII (2.ª) — Recomenda que o Governo português disponibilize todos
os meios técnicos que permitam produzir a informação necessária para argumentar, junto do Comité
Fitossanitário da Comissão Europeia, a revisão da listagem de espécies hospedeiras de nemátodo da madeira
do pinheiro (CDS-PP e PSD); o debate, na generalidade, do projeto de lei n.º 321/XII (2.ª) — Altera a Lei n.º
7/2009, de 12 de fevereiro (aprova a revisão do Código do Trabalho), de modo a corrigir o pressuposto de
assistência a filhos menores com deficiência (Os Verdes); e a apreciação dos projetos de resolução n.os
569/XII (2.ª) — Aumento das tarifas dos transportes públicos acima dos limites fixados pelo Governo (BE) e
598/XII (2.ª) — Pela revogação dos aumentos nos preços dos transportes e a reposição das tarifas reduzidas
para estudantes e reformados (PCP).
Vamos, então, começar com as declarações políticas, estando já inscritos para o efeito, pelo PSD, o Sr.
Deputado Luís Campos Ferreira, pelo PS, a Sr.ª Deputada Maria de Belém Roseira, pelo PCP, o Sr. Deputado
Honório Novo e, pelo Bloco de Esquerda, o Sr. Deputado João Semedo.
Peço aos Srs. Deputados o favor de tomarem os vossos seus lugares para darmos início aos trabalhos.
Tem a palavra, em primeiro lugar, o Sr. Deputado Luís Campos Ferreira.
O Sr. Luís Campos Ferreira (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, está hoje a decorrer em
Bruxelas o Conselho Europeu. Dele são esperadas decisões ou, pelo menos, avanços muito importantes no
que concerne ao próximo quadro financeiro para o período 2014-2020.
Temos consciência de que o acordo político a 27 não é fácil de alcançar num cenário de grandes
constrangimentos e desafios financeiros e económicos para os Estados-membros, mas temos total confiança
na ação do Governo português, sabendo que os interesses de Portugal estão a ser devidamente acautelados,
designadamente na defesa da coesão, da solidariedade e das políticas de crescimento.
Acreditamos, igualmente, que a ambição positiva da Estratégia Europa 2020, centrada no crescimento, no
emprego e no desenvolvimento regional sustentável não sairá frustrada desta negociação e acabará por
prevalecer sobre os interesses nacionais, que, por vezes, põem egoisticamente em causa a união do projeto
europeu.
Tendo este facto como pano de fundo, quero centrar a minha intervenção num aspeto que,
apropriadamente, mereceu a grande atenção da Comissão Europeia, que o introduziu na agenda do debate
europeu.
Refiro-me à contribuição essencial que o comércio internacional pode dar para impulsionar o crescimento e
a criação de emprego no espaço da União Europeia.
A relevância deste tema para Portugal é evidente, especialmente nas circunstâncias que estamos a viver,
em que a capacidade exportadora das empresas portuguesas se tem revelado o principal «músculo» da
economia nacional.
O País tem, por isso, um particular interesse na prossecução de uma política comercial e aduaneira que
favoreça o aprofundamento das relações com os nossos parceiros estratégicos e a abertura a novos mercados
em condições de maior reciprocidade e equilíbrio.
De facto, o comércio internacional nunca foi tão importante para a economia da União e dos seus Estados-
membros como é hoje.
Num ambiente europeu marcado por um fraco crescimento económico, por fortes constrangimentos
financeiros e por um grande esforço de consolidação orçamental, o comércio está a dar um contributo vital
para a recuperação europeia.
A contribuição da procura externa para o PIB da União Europeia é, neste momento, a mais importante fonte
de crescimento da Europa a 27, numa altura em que a procura interna — quer pública quer privada —
permanece em níveis muito fracos.