I SÉRIE — NÚMERO 51
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À margem da reunião, foi aprovada a criação da Plataforma Progressista de Língua Portuguesa, constituída
através da Declaração de Cascais, que tem como principais objetivos divulgar, valorizar e promover os ideais
do desenvolvimento e da emancipação humana, através de políticas públicas de igualdade e solidariedade
que valorizem o trabalho, a dignidade humana e reconheçam na cultura um instrumento de diálogo, bem como
o apoio ao multilateralismo e à cooperação como princípios das relações internacionais.
Aplausos do PS.
A explícita vinculação a estes objetivos foi assumida pelos signatários através de um programa de ação
explicitado na Declaração.
Para o sucesso político da reunião também contribuiu a nossa capacidade de bem receber. E, neste
âmbito, cabe uma palavra especial de agradecimento ao Presidente da Câmara Municipal de Cascais que,
tendo considerado esta realização um momento importante para o concelho, a ele se associou, prestigiando-o
com a sua presença na sessão de abertura e com o acolhimento dos participantes nos moldes tradicionais.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Rejeição do paroquialismo, afirmação do cosmopolitismo, traduzido
em igualdade e cooperação entre povos e entre nações, reconhecimento comum dos valores que devem
presidir à formulação e ao exercício das políticas públicas, identificação dos caminhos para o conseguir e
protagonismo de Portugal e da cultura portuguesa nesta construção, foram os verdadeiros resultados desta
realização de que aqui pretendi dar-vos completo conhecimento.
Muito obrigada, pela vossa atenção.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, havia um ruído de fundo durante a intervenção da oradora e a Mesa,
por vezes, tem o dilema entre interromper ou não o orador para pedir menos ruído, pois tudo isto prejudica
quem está a intervir. Assim, peço aos Srs. Deputados algum cuidado com o ruído de fundo.
Inscreveram-se, para pedir esclarecimentos à Sr.ª Deputada Maria de Belém Roseira, os Srs. Deputados
António Rodrigues, do PSD, e Nuno Magalhães, do CDS-PP.
Antes de dar a palavra ao Sr. António Rodrigues, quero informar que a Sr.ª Deputada pretende responder
individualmente a cada pedido de esclarecimento.
Tem, então, a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. António Rodrigues (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Maria de Belém Roseira, em primeiro
lugar, quero saudá-la pela sua intervenção, particularmente porque é importante trazer ao Plenário da
Assembleia da República as questões internacionais, é importante que demonstremos à pluralidade da
cidadania portuguesa que também nós fazemos parte de um conjunto mais vasto para além das nossas
fronteiras e é necessário saber que partilhamos ideias com os outros e que os outros partilham as suas
preocupações com os portugueses.
Em segundo lugar, são importantes as matérias que hoje trouxe aqui à colação, porque assim temos
também oportunidade de saber que os dirigentes da Internacional Socialista vieram tomar conhecimento
daquilo que de bom o País tem feito, daquilo que de bom o Governo português tem feito nos últimos 18
meses, em Portugal, e que é reconhecido por toda a Europa e também, seguramente, pelos dirigentes da
Internacional Socialista. É bom sempre reconhecer direta e publicamente aquilo que foi feito.
O que já não posso saudar desta forma é algumas afirmações e alguns resultados da reunião que aqui teve
lugar.
Assim, não posso saudar a falta de imaginação, a falta de ideias novas, a falta de terem olhado para a
realidade portuguesa e terem expresso isso nas vossas conclusões, continuando a referir situações globais e
esquecendo-se da situação portuguesa, nomeadamente nas conclusões que aqui trouxe, com as quais
poderíamos concordar, na generalidade, como poderiam enaltecer, e não enalteceu, o facto de Portugal ter
sido o primeiro País europeu a aprovar a Convenção de Istambul. Este é um dado importante, assumimo-lo
aqui no Parlamento português e seria importante que a Internacional Socialista o tivesse feito, pois não basta o
tema, é preciso a realidade.