I SÉRIE — NÚMERO 52
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VV. Ex.as
, se me permitem, fazem-no de forma leviana, irresponsável e atentatória do bom nome das
instituições. Instituições essas de que, curiosamente, VV. Ex.as
, democraticamente, também fazem parte.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Sérgio Azevedo (PSD): — Quanto mais não seja, Srs. Deputados, porque qualquer generalização
sobre esta matéria é falsa, injusta e em nada contribui para a confiança dos cidadãos na política nem para o
bom nome do Parlamento.
Mas também rejeitamos que se pretenda transformar o Parlamento num conjunto de funcionários
partidários, que não faria mais do que tornar a Casa da democracia num sistema autista e fechado à dinâmica
da nossa sociedade.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Sérgio Azevedo (PSD): — Queremos, naturalmente, um Parlamento forte, mas um Parlamento forte
só existe se existirem Deputados fortes nas suas ações e convicções, mas também que nos permitam partilhar
da sua experiência, da sua vivência e do seu conhecimento real da sociedade.
Bem sabemos, Srs. Deputados, que muitas vezes as questões de natureza política assentam em questões
éticas, mas também sabemos que questões de ética nem sempre assentam em questões de natureza política.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Portugal,
do Partido Socialista.
O Sr. João Portugal (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Em primeiro lugar, quero saudar o
Bloco de Esquerda e o Partido Comunista Português, pela apresentação, mais uma vez, destas duas
iniciativas, mas também dizer que, de facto, o Partido Socialista não pode votar favoravelmente estes três
projetos de lei. Embora concorde com algumas das premissas que estão incluídas nestes três projetos de lei,
com outras, obviamente, não podemos concordar e, portanto, não os podemos votar favoravelmente.
O que estes três projetos de lei pretendem é a funcionalização da Assembleia da República. Esta
discussão já foi tida várias vezes nesta Casa e a conclusão a que se chegou foi a de que o Parlamento só tem
a ganhar com os contributos técnicos de Deputados que não são profissionais da política nem única e
simplesmente funcionários partidários.
No que diz respeito às incompatibilidades, até estamos de acordo com as atualizações. No entanto, não
concordamos que se deva legislar com base em acontecimentos presentes, pois entendemos que deve haver
um amadurecimento e uma discussão sobre casos concretos. Nomeadamente no que diz respeito à
incompatibilidade para cargos de nomeação, para comissões ou outras entidades públicas, podemos estar de
acordo, mas entendemos que é um mau princípio legislar à pressa, com base em acontecimentos recentes.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. João Portugal (PS): — Entendemos que esta discussão deve ser feita com seriedade e com o tempo
necessário para legislar corretamente.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. João Portugal (PS): — Quanto às incompatibilidades dos Deputados, este diploma tem algumas
premissas concretas, corretas, com as quais o Partido Socialista concorda, mas tem outras que não podemos
aceitar. Concordamos com o alargamento das atividades, dos contratos e concessões geradores de
impedimentos, mas retirar a questão dos 10% da participação social e não balizar o que significa a
participação relevante, não é, do nosso ponto de vista, correto.