8 DE FEVEREIRO DE 2013
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Aplausos do PSD.
Protestos do Deputado do PCP João Oliveira.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Antes de prosseguirmos com a nossa ordem de trabalhos, dou a
palavra ao Sr. Secretário, para proceder à leitura do expediente.
O Sr. Secretário (Paulo Batista Santos): — Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, deu entrada na Mesa, e foi
admitido, o projeto de resolução n.º 605/XII (2.ª) — Prorrogação do prazo de funcionamento da Comissão
Parlamentar de Inquérito à Contratualização, Renegociação e Gestão de todas as Parcerias Público-Privadas
do Sector Rodoviário e Ferroviário (Presidente da AR).
Em termos de expediente, é tudo, Sr.ª Presidente.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — A iniciativa que o Sr. Secretário acabou de anunciar será votada
hoje, não dispondo de tempos para discussão.
Vamos prosseguir com o quinto ponto da nossa ordem do dia, que é a apreciação da petição n.º 125/XII
(1.ª) — Apresentada por Teresa de Jesus da Conceição Fernandes e outros, solicitando à Assembleia da
República a adoção de medidas contra o encerramento do Tribunal de Ansião.
Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Começo por fazer uma saudação, em
nome do Grupo Parlamentar do Partido Comunista Português, aos mais de 4000 cidadãos que se dirigem à
Assembleia da República fazendo ouvir a sua voz contra o encerramento do Tribunal da Ansião.
É um número expressivo, que corresponde a 1/3 da população do concelho, mas que vale acima de tudo
pelo conteúdo da petição, pelo valor e justeza da reivindicação que apresentam operadores judiciários,
empresários e população em geral em defesa da continuidade da comarca, do tribunal e do acesso e da
proximidade do acesso à justiça, nomeadamente neste concelho.
A forma como expõem o problema não poderia ser mais clara, e cito: «a reforma da reorganização
judiciária, a concretizar-se, implicará a dispersão das atuais competências do Tribunal de Ansião para Figueiró
dos Vinhos (competência genérica), para Pombal (execuções), para Leiria (família e menores), para a Marinha
Grande (insolvências), e obrigará os cidadãos a recorrerem as alternativas de deslocação muito mais
dispendiosas».
Aliás, considerando esta multiplicidade de destinos e de recursos em termos de acessos à justiça, o que o
Governo e a maioria pretendem impor com esta reorganização judiciária é, de facto, uma confusão geral.
Sabemos que nem Ansião nem os concelhos limítrofes dispõem de meios alternativos de resolução de
conflitos; sabemos que a região se carateriza por um povoamento disperso e por uma população envelhecida;
sabemos que este é um concelho de dinâmica empresarial, polo de atração para populações que nele
desenvolvem o seu trabalho; sabemos que o concelho não tem transportes públicos adequados para a
satisfação dessas necessidades; sabemos que o edifício onde está o tribunal, que é propriedade do Ministério,
dispõe de todas as condições para servir as populações, como, aliás, bem demonstram as fotografias anexas
a esta petição. Isto é um autêntico retrato do absurdo desta medida do Governo que está a ser imposta.
Como muito bem sublinham os peticionários junto da Assembleia, no caso particular da justiça, tratando-se
de um bem constitucionalmente consagrado, o seu afastamento físico das populações representa uma perda
irreparável num Estado de direito.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Vou terminar, Sr.ª Presidente.
Sr.a Presidente, Srs. Deputados: Esta medida é errada, é injusta, não deve avançar e o Grupo Parlamentar
do PCP assume, na Assembleia da República, o compromisso de intervir e de tudo fazer para que isto não
avance na discussão, em sede de especialidade, que está a ser feita da proposta de lei. E cá estaremos para