I SÉRIE — NÚMERO 54
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O Sr. Luís Fazenda (BE): — Sr.as
e Srs. Deputados: O Bloco de Esquerda acompanha as iniciativas do
Partido Comunista Português e do Partido Socialista.
Parece-nos importante que a iniciativa do Partido Comunista Português situe, com muita clareza, que
houve uma primeira etapa até chegar ao regadio, que não está ainda conclusa, e que há uma transposição
para uma nova etapa — a da transformação —, que é a da agroindústria. E também é importante situar aí o
instituto do banco de terras, que ajudará à agregação da massa crítica necessária e suficiente para ser
agricultada.
É igualmente de realçar que o que a direita hoje aqui chamou de «burocracia», de «excesso de
departamentalismo», etc., no projeto do PCP, é o envolvimento dos agentes locais — que é o que se pretende!
Pretende-se que os agentes no terreno, que estão ligados à região, tenham uma palavra a dizer e possam
participar na estruturação, nas opções estratégicas e nos projetos de investimento. Isso é mais democracia,
mais cidadania e maior participação, particularmente numa região deprimida do País.
Portanto, acompanhamos, com muita clareza, essas intenções manifestadas pelo Partido Comunista no
seu projeto de resolução.
O projeto de resolução do Partido Socialista vem vincar a necessidade do financiamento e da conclusão
das infraestruturas que ainda não estão terminadas e, portanto, põe a ênfase na conclusão da etapa atual —
do sequeiro ao regadio — e de todas as obras coadjuvantes necessárias, aspeto que também temos de
acompanhar.
Não percebemos, aliás, por que é feita aqui, a propósito de intenções tão benévolas de partidos da
oposição, uma guerrilha política tão manifesta, como a que agora se acendeu. Penso que podia haver, com
relativa facilidade, uma intenção pacífica e convergente, da parte de todas as bancadas, em relação a estes
votos, que são votos universais e expressados por todos.
Creio que podemos concordar ou discordar de um ou outro ponto das resoluções, mas esses, com certeza,
mereceriam uma votação em separado por parte dos partidos. Não me parece que esta tácita de bloquear
constantemente qualquer iniciativa que venha dos partidos da oposição seja a melhor atitude por parte da
maioria — mas a maioria saberá!
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Pita
Ameixa.
O Sr. Luís Pita Ameixa (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, em primeiro lugar, queria
sublinhar o papel relevante do Partido Socialista no projeto do Alqueva.
Foi o Partido Socialista que concretizou o que hoje está feito, na sua maioria, no Alqueva. A antecipação da
finalização do projeto de 2025 para 2013 foi uma decisão política do Governo do Eng.º Sócrates de grande
importância estratégica para o nosso País e, agora, o Partido Socialista apresenta um novo patamar em ordem
ao futuro, que é justamente o da intervenção territorial integrada, armada dos meios financeiros necessários
para garantir um futuro de sucesso para o Alqueva, como ele já está hoje a ser.
O que esperamos é que o CDS — aparentemente, com um discurso mais favorável — e o PSD — com um
discurso mais dúbio — se juntem a nós para que todo o Parlamento possa ter hoje (e amanhã, quando
votarmos estes projetos de resolução) uma palavra de esperança no Alqueva para o País, para os agricultores
e para as pessoas da região; uma palavra positiva, de forma a votarmos favoravelmente estes projetos,
projetos que podem ter o consenso de todas as forças políticas e da região e que são de grande interesse
nacional.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Srs. Deputados, não havendo mais inscrições, está concluída a
discussão dos projetos de resolução n.os
369/XII (1.ª) e 609/XII (2.ª).